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I SÉRIE — NÚMERO 81

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saber. Sinceramente, Sr. Primeiro-Ministro, não compreendo a dificuldade de esclarecer o Parlamento sobre o

valor do corte que o Orçamento retificativo vai incluir.

Sr. Primeiro-Ministro, reparámos também, e não fomos apenas nós — houve até uma televisão que fez

essa contabilidade —, que nesse briefing o Sr. Ministro Adjunto Miguel Poiares se referiu ao consenso político

12 vezes; 12 vezes, uma dúzia!

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Quer mais?

O Sr. João Semedo (BE): — Bom, é caso para dizer que o Ministro Paulo Portas passou a ter um sério

concorrente no Governo no namoro com o Partido Socialista e que o Sr. Primeiro-Ministro, além da crise

política que tem de gerir dentro do seu Governo, tem mais uma outra crise para gerir, que é a crise da ciumeira

do Ministro Paulo Portas.

Mas, Sr. Primeiro-Ministro, não é disso que eu queria falar-lhe, é de uma outra questão.

Tanto apelo ao consenso, e a um consenso sobre austeridade, a um consenso para mais austeridade, tem

certamente água no bico. Queria perguntar-lhe, Sr. Primeiro-Ministro — talvez ainda possa responder-me na

continuação do debate —, se esse consenso de que o Sr. Ministro Adjunto falou uma dúzia de vezes nesse

briefing é um consenso imposto pela troica como garantia, um consenso imposto porque é necessário a um

segundo resgate. É que, Sr. Primeiro-Ministro, já todos percebemos que o Governo não poderá fugir a um

segundo resgate.

A dívida, já aqui referida, chegou a 126% do PIB em fevereiro. O Sr. Primeiro-Ministro recorda-se de qual

era a primeira previsão sobre o valor da dívida no final de 2013? Eu digo-lhe: 114,9% do PIB. Está em 126%

do PIB. Como é que o senhor vai conseguir, com a dívida a aumentar, financiar esta mesma dívida sem um

segundo resgaste?

Sr. Primeiro-Ministro, é esta a pergunta que lhe deixo, esperando que ainda tenha tempo para responder.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado João Semedo, o Sr. Primeiro-Ministro já não dispõe de tempo para

responder-lhe, mas poderá, eventualmente, fazê-lo na resposta à próxima pergunta.

O Sr. João Semedo (BE): — Talvez possa responder-me por carta!

A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é de Os Verdes.

Para o efeito, tem a palavra Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, gostava que pudéssemos

continuar hoje uma conversa que deixámos inacabada desde o último debate quinzenal.

O Sr. Primeiro-Ministro, em resposta a Os Verdes, disse que fome em Portugal houve lá para os anos de

1983-85, numa outra crise. Dizia o Sr. Primeiro-Ministro: «(…) nessa altura, Sr.ª Deputada, lembro-me que

havia fome em Portugal, mas fome ‘à séria’!» Ou seja, insinuava o Sr. Primeiro-Ministro que nada disso

acontecia nos dias de hoje.

Sr. Primeiro-Ministro, quero dizer-lhe que ignora completamente a realidade concreta do seu País e as

consequências diretas da sua política no seu País. Há fome «à séria» em Portugal, sim, Sr. Primeiro-Ministro!

Dizem responsáveis hospitalares que hoje chegam muitas crianças subnutridas aos hospitais portugueses.

Os níveis de diminuição do consumo de bens alimentares demonstram também qualquer coisa, ou não, Sr.

Primeiro-Ministro? O número de crianças que chegam às escolas com fome é também revelador desta

realidade, ou não, Sr. Primeiro-Ministro?

Sr. Primeiro-Ministro, Os Verdes pedem-lhe que assuma aqui, no Plenário da Assembleia da República,

que há fome «à séria» em Portugal e, mais, que transmita essa realidade concreta à troica, na União Europeia

e ao FMI.

Sr. Primeiro-Ministro, o despacho vingativo relativamente à resposta do Tribunal Constitucional que foi

publicado pelo Sr. Ministro das Finanças levou muitos serviços públicos a pôr as mãos na cabeça e a dizer

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