O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 96

50

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, estamos finalmente a

discutir esta petição que visa assegurar a continuação da prestação de cuidados oncológicos pelo Centro

Hospitalar Barreiro/Montijo.

Gostava, em primeiro lugar, em nome do Grupo Parlamentar Ecologista «Os Verdes», de saudar todos os

peticionários e, pessoalmente, as mulheres representantes destes peticionários que vieram hoje, de uma

forma obviamente interessada, assistir, na Assembleia da República, a esta discussão gerada pela petição

que aqui entregaram.

Como todos sabemos, a petição gera discussão entre os grupos parlamentares, mas não gera uma

votação. Por essa razão, Os Verdes entenderam apresentar um projeto de resolução coincidente com as

pretensões da petição, no sentido de que todos os grupos parlamentares possam, por via da discussão e do

seu voto, assumir os seus compromisso e manifestar, ou não, a sua vontade de resolver, de facto, o que

constitui um problema, neste momento, no Centro Hospitalar Barreiro/Montijo.

O certo é que a unidade de oncologia deste centro hospitalar foi já objeto de diversíssimos investimentos

avultados que levaram, designadamente, à instalação de um serviço de radioterapia e que melhoraram

continuadamente as condições de assistência aos doentes, criando um ciclo completo para o diagnóstico e o

tratamento dos doentes oncológicos — de resto, o único na península da Setúbal —, o que permitiu criar um

serviço de excelência que agradava àqueles que dele necessitavam. Isto é coisa quase rara, devido à falta de

investimento que tem ocorrido por via dos sucessivos governos naquilo que respeita às matérias de saúde.

O certo é que, depois da realização deste investimento, se verificou uma carência de profissionais de

saúde especializados, designadamente médicos especializados em oncologia e em radioterapia, o que levou à

depreciação continuada deste serviço de oncologia, ou seja, à insuficiência do próprio serviço.

De resto, foi-nos relatado, numa reunião que tivemos com estes peticionários, que foi feita uma cedência

por interesse público de um especialista do serviço de oncologia para o Hospital Garcia de Orta.

Não estando obviamente em causa as necessidades de recursos humanos no hospital de Almada, o que

não se pode fazer é tirar de um lado, criando dificuldades no Barreiro, neste caso, para colocar noutro, para

«tapar buracos» noutro. Ou seja, são dois centros que precisam, obviamente, dos profissionais necessários

para acolher e tratar os doentes que necessitam desses serviços.

Pode dizer-se que o centro hospitalar não vai fechar, mas há muitas formas de fragilizar e depreciar os

serviços, levando posteriormente ao seu encerramento, mesmo que hoje se diga que não. Ora, isto não pode

ser. Estamos a falar de pessoas que precisam de tratamento e, nas suas vidas, um dia conta, pois sabemos

quais são as estimativas de galope das doenças oncológicas.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem de terminar, S.ª Deputada.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino, Sr. Presidente. Por isso, Os Verdes propõem que se

garanta a contratação de médicos especialistas em oncologia e radioterapia para beneficiar e pôr em

funcionamento este serviço do Centro Hospitalar Barreiro/Montijo.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Vitorino.

O Sr. Bruno Vitorino (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, saúdo os peticionários da referida petição.

O Centro Hospitalar Barreiro/Montijo é um hospital que tem um quadro de pessoal de excelência,

profissionais competentes e capazes, que têm garantido, apesar das dificuldades, uma boa qualidade na

assistência aos seus utentes. Este capital humano é o recurso mais importante em qualquer organização.

O hospital do Barreiro foi o primeiro hospital público a sul do Tejo a ter o ciclo completo de diagnóstico e

tratamento dos doentes oncológicos, resultado de uma decisão governativa de 2004, da construção da

unidade de radioterapia. Isto no tempo em que estava na equipa da saúde, um, hoje, meu colega de bancada,

Deputado Adão Silva, que saúdo e a quem agradeço em nome do Barreiro essa mesma decisão. Muitos

tiveram um papel importante nessa decisão. Também dei o meu humilde contributo para que tal acontecesse.

A meio de 2012, contudo, existiram alguns problemas com a saída, a pedido dos próprios, de dois médicos.

Páginas Relacionadas