O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 102

22

noutras respostas, o Sr. Primeiro-Ministro continua com aquela ideia absolutamente teimosa e fora da

realidade de que a procura interna não tem reflexos nenhuns na economia. Acho que isto é uma coisa

completamente lunática! Quer dizer, é de quem não tem os pés bem assentes na terra. É verdade, Sr.

Primeiro-Ministro!

Dizer que o mercado interno, a procura interna e a quebra do rendimento das pessoas não tem nenhum

tipo de reflexo na economia é de quem não vai fazer absolutamente nada para dinamizar a economia, pois não

pega na causa para suportar uma consequência positiva, Sr. Primeiro-Ministro!

No que respeita às confusões do Governo, verificámos, por exemplo, que o Sr. Ministro Vítor Gaspar

declarou que um corte preocupante de 4000 milhões de euros seria feito entre os anos 2014 e 2016. Depois, o

Sr. Primeiro-Ministro veio dizer que esse corte seria feito até ao ano 2015.

Hoje, o Sr. Primeiro-Ministro está muito satisfeito. Não sei porquê. Gosto dessa sua boa disposição, mas

espero é que a boa disposição do Sr. Primeiro-Ministro não afete a sua audição, para que depois me possa

responder.

De seguida, veio o FMI dizer que esse corte, não de 4000 milhões mas de 4700 milhões, será antecipado.

Antecipado quer dizer que será feito antes!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — É antecipado para depois!

A Sr. Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Ou seja, será antecipado para 2014!

Os Srs. Membros do Governo estão acenar que não. É isto que nós ainda não compreendemos, mas o Sr.

Primeiro-Ministro vai fazer o favor de explicar, porque estes cortes são absolutamente dramáticos para o País,

associando-se aos cortes salariais, a despedimentos na função pública, a mais quebra da economia e a mais

recessão! Portanto, isto não é uma coisinha qualquer, isto tem consequências concretas na vida das pessoas!

Lamento, Sr. Primeiro-Ministro, mas, se ninguém percebeu até agora, o Governo pelo menos que ponha a

hipótese de estar com uma enormíssima dificuldade de comunicação com o Parlamento e com os

portugueses. Mas é que está mesmo, porque ninguém percebe nada!

Apesar daquilo que o Sr. Primeiro-Ministro já explicou, ainda ninguém conseguiu perceber porque é que

não paga o subsídio de férias na altura devida. É porque não quer! É por teimosia, é por vingança, sim, apesar

de o Sr. Primeiro-Ministro dizer que não!

Até quase adivinho, por tudo aquilo que se tem vindo a verificar por parte do Governo, que o Sr. Primeiro-

Ministro anda a pouco e pouco a perder força anímica. E sabe o que é que espero, Sr. Primeiro-Ministro?

A Sr.ª Presidente: — Agradeço que termine, Sr. ª Deputada.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Espero que o povo faça com que perca mesmo muita força

anímica e que as greves que estão marcadas tenham um brilhante sucesso, para que o povo português lhe dê

a resposta que o Sr. Primeiro-Ministro merece, porque já ninguém consegue tolerar mais estas manigâncias

do Governo, que não são só problemas de comunicação, são problemas reais de política que afetam e

degradam concretamente a vida das pessoas.

Agradeço a tolerância, Sr.ª Presidente.

Aplausos de Os Verdes e do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr.a Deputada Heloísa Apolónia, lamento desiludi-la mas não

tenho dúvida nenhuma de que a procura interna tem impacto na economia.

Protestos da Deputada de Os Verdes Heloísa Apolónia.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Vai daí…

Páginas Relacionadas
Página 0037:
15 DE JUNHO DE 2013 37 Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 102 38 Srs. Deputados, nos termos do Regimento, crei
Pág.Página 38