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I SÉRIE — NÚMERO 118

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A Sr.ª Teresa Leal Coelho (PSD): — … como hoje há boa gente em qualquer destas bancadas, incluindo

na bancada do PS.

Portanto, a boa gente, aquela gente ou outra gente é uma expressão que pode ser interpretada como

discriminatória, numa perspetiva intergeracional, em relação às gerações políticas do passado e às que estão

em funções neste momento.

É verdade que muitos de nós não estávamos neste Parlamento há mais de 30 anos, mas alguns estariam e

foram esses que exerceram o direito de voto. Nós fizemos o nosso percurso e fizemos o percurso de

cumprimento da Constituição.

A Constituição que está em vigor é uma Constituição que o PSD cumpre e respeita, mas é uma

Constituição que o PSD interpreta com a liberdade que a democracia e o Estado de direito lhe garantem.

Essas interpretações da Constituição, volto a repetir, estão extraordinariamente condicionadas pela

irresponsabilidade das medidas adotadas no passado. E nós vamos garantir, por um lado, a sustentabilidade

futura da Constituição, isto é, dos direitos constitucionalmente consagrados, como vamos garantir que não

haja irresponsabilidades intergeracionais. Nós não admitimos condicionar a autonomia das gerações futuras

em nome de irresponsabilidades das gerações presentes.

Por último, Sr. Deputado Basílio Horta, refiro apenas que esta Constituição que o Sr. Deputado não votou,

mas com a qual se encontrou mais tarde, numa qualquer revisão constitucional, é uma Constituição que

respeitamos e fazemos cumprir, apesar de muitos dos intérpretes da mesma terem admitido, no quadro da

Constituição, três resgates que oneram a nossa soberania.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Sr.as

e Srs. Deputados, terminámos este ponto da ordem do dia.

Cumprimento o Sr. Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares e o Sr. Ministro da

Administração Interna, que acabam de entrar na Sala, e que vêm participar no debate do ponto seguinte, que

consta da discussão e votação de um voto de pesar pelo falecimento de bombeiros nos incêndios florestais

deste verão, que apresentei, que foi também subscrito por todos os grupos parlamentares e ao qual se associa

o Governo.

Srs. Deputados, o voto n.º 148/XII (2.ª) — De pesar pelo falecimento de bombeiros nos incêndios florestais

deste verão (Presidente da AR, PSD, PS, CDS-PP, PCP, BE e Os Verdes) é do seguinte teor:

«Hoje, veneramos em dor os heróis deste verão de incêndios. Veneramos a sua coragem e amor aos

outros, a sua entrega inteira, tão inteira que desafiou as possibilidades do humano até ao sacrifício extremo.

Porque nada é maior do que a vida, e foi a vida que, em defesa de todos nós, eles arriscaram e perderam!

Todos lhes devemos tanto!

António Nunes Ferreira, 45 anos, Miranda do Douro; Pedro Rodrigues, 41 anos, Covilhã; Ana Rita Pereira,

23 anos, Alcabideche; Bernardo Figueiredo, 23 anos, Estoril; Cátia Pereira Dias, 21 anos, Carregal do Sal;

Bernardo Cardoso, 19 anos, Carregal do Sal; Fernando Reis, 51 anos, Valença; e Daniel Falcão, 25 anos,

Miranda do Douro.

Eles foram à luta numa dádiva generosa e sem limites. Heróis em cenários de inferno, de uma tragédia de

devastação, de feridas e de morte, no combate desigual entre o fogo e os homens, heróis do corpo e heróis da

alma. O que há de melhor e mais humano tem nestes nomes a sua mais intensa representação!

Não os esqueceremos nunca. Não esqueceremos o seu exemplo — o da mais bela síntese de humanidade

e cidadania. Porque a humanidade é a negação da indiferença e a cidadania é ela, por natureza, ativa!

Foi o sentido sublime desta síntese entre amor aos outros e agir o que eles, em suprema dor e supremo

sacrifício, carregaram. Foi esse sentido de agir e da coragem de agir, primeira condição ética de estar no

mundo, o exemplo que eles nos deram.

Não os esqueceremos na sua paisagem de horror, os bombeiros profissionais e voluntários, as famílias, a

mão amiga dos vizinhos, a mão incansável dos autarcas, todos protagonistas de um sofrimento gigantesco.

Curvamo-nos perante todos, numa gratidão unânime e sem limites.

É como se esta manifestação de pesar não pudesse caber em si mesma, estes heróis chamando por todos

os heróis, os heróis anónimos, os heróis do povo! Eles que tudo deram era supremo desinteresse. Eles que

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