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I SÉRIE — NÚMERO 118

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devastadas alastra ainda mais o sofrimento, comove-nos e deixa-nos a todos de luto. Não podemos deixar de

prestar a nossa homenagem à coragem e à dedicação destes homens e mulheres que entregam, literalmente,

o seu corpo à luta.

Estamos profundamente gratos aos milhares de bombeiros que continuam a combater o fogo diariamente.

Estamos infinitamente agradecidos pela dedicação e pela solidariedade e por darem o seu melhor para salvar

vidas, mesmo sabendo o risco que correm e que a sua ação lhes pode custar a vida.

É por isso que são verdadeiros heróis: Cátia Pereira Dias, Bernardo Figueiredo, Ana Rita Pereira, André

Nuno Ferreira, Pedro Rodrigues, Bernardo Cardoso, Fernando Manuel Reis, Daniel Falcão. Lamentamos

profundamente que o fogo os tenha vencido. São perdas incomensuráveis e irreparáveis e sabemos que não

há palavras que possam acalmar a dor e a justificada revolta que estas mortes provocam.

Não esqueceremos a forma solidária, responsável e destemida com que levaram a cabo esta missão tão

dura.

Dirijo uma palavra muito especial aos familiares destes corajosos portugueses e portuguesas, assim como

às suas corporações e aos seus companheiros de combate às chamas.

Não quero deixar de expressar sincera e profunda solidariedade para com todos os familiares das

bombeiras e dos bombeiros que faleceram e para com todos os que, apesar desta dor coletiva, continuam a

arriscar a vida todos os dias heroicamente e a entregar-se de corpo e alma a esta ingrata missão. A todos os

eles o nosso muito obrigado!

Sr.ª Presidente, V. Ex.ª lançou aqui um desafio que todos temos, o Parlamento e o País. Todos os anos,

Portugal tem de lidar com o drama dos incêndios florestais. Isto não pode significar, contudo, que possamos

alguma vez resignar-nos a esta realidade, atribuindo-lhe um caráter de fatalidade. Não é, não pode ser! Não

podemos baixar os braços e, sobretudo, não podemos banalizar um assunto tão grave, tão dramático e tão

doloroso para o País e principalmente para as famílias daqueles bravos homens e mulheres que perderam a

vida a lutar pelo bem comum.

Esta é uma área onde nunca está tudo feito e onde, por mais que se faça, há sempre muito mais a fazer,

no trabalho de prevenção, no ordenamento do território, na fiscalização ativa, no planeamento, na gestão e na

maximização dos meios e dos recursos disponíveis, no enquadramento jurídico e penal cada vez mais

dissuasor de atos criminosos.

É importante refletir sobre o que ainda pode ser feito. É isso que iremos fazer empenhadamente no grupo

de trabalho que este Parlamento irá criar.

É necessário promover um trabalho cada vez mais importante de cidadania, de responsabilidade, de

solidariedade e de respeito pelo que é de cada um, pelo que é de todos, e sobretudo de respeito pelo maior

valor seguramente para todos nós, que é a vida humana.

A Sr.ª Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Mota Andrade, do PS.

O Sr. Mota Andrade (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares,

Sr. Ministro da Administração Interna, Sr.as

e Srs. Deputados: Hoje homenageamos, com grande sentido de

pesar, a memória de todos aqueles que tombaram no combate aos incêndios que flagelaram o nosso País.

Homens e mulheres, que, com grande coragem e entrega, deram tudo, que pagaram com a vida numa luta

desigual para defender os haveres da comunidade e a vida das pessoas. Às suas famílias, aos seus colegas,

apresentamos as nossas profundas condolências e a nossa sincera solidariedade. Mas às famílias e aos

colegas destes heróis é igualmente devido, em nome dessa homenagem, que o País possa apurar as

condições em que ocorreram as tragédias.

Nas imagens que nos foram dadas a ver, pudemos observar a luta, o drama, a agonia, o cenário dantesco

vivido em tantos locais do País. E todos sentimos revolta. Sim, uma enorme revolta ao ver a dor, o sofrimento

de tantos e tantas, que, em segundos, perdiam o trabalho de uma vida. E lá estavam no combate os soldados

da paz, horas a fio, muitas vezes em terra estranha, homens e mulheres que davam o seu melhor pelo seu

semelhante, num combate sem tréguas a incêndios e fogos florestais tantas vezes evitáveis.

São cenários que, ao longo de anos, se têm repetido, tragédias provocadas pelo fogo. O País não pode

continuar a passar por esta situação de forma resignada. O momento é de consternação e de pesar, bem o

sabemos. Mas, a seu tempo, o apurar de responsabilidades, o apostar na vigilância e na prevenção para que

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