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I SÉRIE — NÚMERO 118

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dedicação — sou testemunha disso — pelos médicos e por todo o pessoal hospitalar no sentido de salvar as

suas vidas e de minorar o seu sofrimento.

Queria, pois, aqui, expressar também esta palavra sentida.

Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, não sei se esta é a hora, mas permitam-me uma nota pessoal: qualquer

um de nós que viva de forma direta os momentos que eu vivi neste verão não sai daqui a mesma pessoa.

Eu vivi e senti as ondas de dor que percorreram este País, que atingiram tantas famílias, algumas delas

aqui presentes, que magoaram profundamente tantas corporações de bombeiros, que alastraram aos amigos

mais próximos daqueles que morreram neste combate desigual. Quero aqui dizer-vos que para quem viveu,

como eu vivi — como homem e pessoa que sou também com emoções —, estes momentos trágicos, sinto,

com uma determinação redobrada, que o País não pode continuar na situação em que está em relação à

questão dos fogos florestais.

E julgo que, sem prejuízo de fazermos os apuramentos que quisermos em torno desta matéria, o sinal

maior, o reconhecimento maior que todos, como País — mas também nós, que temos responsabilidades

políticas —, podemos dar é o de, com enorme determinação, fazermos aquilo que ainda não foi feito. Sabendo

que esta é uma atividade de muito risco, sabendo que temos um País que tem condições climatéricas muito

difíceis — em particular na segunda quinzena do mês de agosto e até ao dia 3 de setembro tivemos situações

climatéricas muitíssimo difíceis no terreno —, sabendo que muitos destes combates foram feitos em condições

muito difíceis e em terrenos cuja orografia era terrível, sabendo tudo isso temos todos a consciência de que

temos de redobrar de determinação para, como dizia, fazer aquilo que ainda não foi feito.

Queria, neste momento, Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, não me estendendo mais sobre estas matérias,

pois haverá um momento próprio para falarmos sobre tudo isto, apresentar as condolências, em nome do

Governo português, às famílias dos bombeiros que faleceram e às corporações de Alcabideche, do Estoril, da

Covilhã, de Miranda do Douro, de Carregal do Sal e de Valença.

Queria também, a todos aqueles que, neste momento, estão no combate aos fogos em Arouca, em Vale de

Cambra, fogos com algum significado e dimensão, deixar uma palavra de solidariedade e de confiança na

certeza de que aquilo que se passou é motivo para as homenagens do País e dos portugueses, para a

gratidão do País, mas também tenho a certeza absoluta para a reforçada determinação de tudo fazermos para

que este inferno das chamas, que se repete anos após ano no nosso País, tenha um dia o seu fim.

Se assim for, julgo que estamos a homenagear da melhor forma a memória destes bombeiros, que tudo

deram ao serviço do seu País, das suas gentes e do seu património.

Queria, por isso, de forma muito sentida, terminar esta intervenção, evocando o seu exemplo, um exemplo

maior de portugueses de primeira, que nos enche de dor, mas, ao mesmo tempo, de profundo

reconhecimento.

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, feitas estas intervenções, vamos passar à votação do voto n.º

148/XII (2.ª) — De pesar pelo falecimento de bombeiros nos incêndios florestais deste verão (Presidente da

AR, PSD, PS, CDS-PP, PCP, BE e Os Verdes).

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Srs. Deputados, vamos guardar 1 minuto de silêncio.

A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.

Srs. Deputados, vamos votar, agora, o projeto de resolução n.º 812/XII (2.ª) — Deslocação do Presidente

da República à Suécia (Presidente da AR).

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Srs. Deputados, o último ponto da ordem de trabalhos de hoje consiste na apresentação de declarações

políticas.

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