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3 DE OUTUBRO DE 2013

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económico, decorrente das políticas governativas, era inevitável penalizar os autores dessas políticas e,

designadamente, a coligação PSD/CDS.

Premiá-los nestas eleições autárquicas seria — sabiam os eleitores — dar-lhes força; gerar-lhes fragilidade

era, justamente, fazer com que acontecesse o que acabou por acontecer: lavar a uma rotunda derrota desta

coligação do PSD e do CDS.

Ora, conhecido o resultado eleitoral, o Sr. Primeiro-Ministro, líder do PSD, acabou por reconhecer o que era

inevitável reconhecer: há sempre leituras nacionais a fazer de eleições autárquicas. Ocorre que retirou as

conclusões absolutamente erradas.

O que decorre necessariamente desta leitura, que toda a gente faz, é que houve uma profunda penalização

também das políticas governativas, isto é, que a generalidade dos portugueses condena estas políticas e não

quer a sua continuidade. Mas a resposta que o líder do PSD, também Primeiro-Ministro, veio dar, de uma

forma absolutamente arrogante — e, diria mais, vingativa perante a vontade dos portugueses —, é a de que

não se iludam, porque o rumo seguido pelo Governo é para continuar, o caminho seguido até aqui é para

continuar, acrescentando que ainda vai ser preciso fazer mais sacrifícios.

Sr.as

e Srs. Deputados, julgo que é importante reconhecer que temos um Governo absolutamente arredado

da vontade dos portugueses, divorciado das necessidades dos portugueses e que não olha a meios para

atingir os seus fins.

Sr.as

e Srs. Deputados, não tenhamos dúvidas: com o conhecimento do resultado das eleições de 2013, o

PSD e o CDS já perceberam que vão ter uma rotunda derrota caso as eleições legislativas se realizem em

2015. Não há hipótese! Ou seja, perceberam que não têm mais eleições a ganhar.

Então, agora, de uma forma absolutamente vingativa e furiosa, vão procurar aplicar o mais rapidamente

possível a sua fúria neoliberal sobre o País para ver se acabam o seu trabalho bem depressa. Ou seja, vão

fazer o máximo de estragos ao nível social que puderem, vão delapidar muitos dos direitos conquistados pelos

portugueses, que custaram a conquistar e que, de uma só penada, são capazes de derrubar.

É preciso fazer esta leitura, Sr.as

e Srs. Deputados, para dizer aos portugueses que, neste momento, face à

interpretação do Sr. Primeiro-Ministro dos resultados eleitorais e face àquilo que quer continuar a fazer,

estamos perante um Governo perigoso do ponto de vista social.

Por isso, Os Verdes fazem um apelo para que a luta continue, para que a fragilização deste Governo

continue, para que não baixemos as nossas armas, no sentido de fragilizar estas políticas e de dizer que

basta, que não aguentamos um Governo assim até 2015 e que precisamos de eleições mais cedo para repor

até democracia neste País.

Sr.as

e Srs. Deputados, é por isso também que Os Verdes fazem aqui um grande apelo a uma forte

participação na manifestação convocada pela CGTP para o próximo dia 19 de outubro. Que sejamos muitos,

muitos, para fragilizar estas políticas hediondas!

Aplausos de Os Verdes e do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Passamos à declaração política do Grupo Parlamentar do PSD.

Sr. Deputado Sérgio Humberto, tem a palavra.

O Sr. Sérgio Humberto (PSD): — Sr.ª Presidente da Assembleia da República, Sr.as

e Srs. Deputados: No

passado domingo, os portugueses foram chamados a escolher os seus representantes nas eleições

autárquicas.

Estas eleições, permitam-me que sublinhe, foram eleições locais. Os portugueses e as portuguesas

escolheram, livremente, os homens e as mulheres que, durante os próximos quatro anos, vão dirigir

politicamente os seus municípios e as suas juntas de freguesia. É essa a natureza de umas eleições

autárquicas, e não outra.

No geral, é certo que o Partido Socialista ganhou mais câmaras do que qualquer outro partido, por isso o

felicitamos por esse resultado. Mas, Sr.as

e Srs. Deputados, os eleitores e as eleitoras não foram chamados a

escolher nem uma nova Assembleia da República nem um novo Governo, por muito que isso possa custar a

alguns responsáveis políticos, que querem transformar o que é local em nacional, desrespeitando o povo e o

carácter local de umas eleições autárquicas.

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