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I SÉRIE — NÚMERO 6

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Em segundo lugar, garantimos hoje que o nível de perspetiva recessiva sobre a nossa economia não é tão

negativa quanto a que estava inicialmente pensada. Isso é importante na medida em que, tendo partido de

uma base talvez menos realista do que a que seria necessária no início do Programa, a necessidade de

cumprir metas e de garantir credibilidade poderia importar num custo excessivo para a economia. E houve,

evidentemente, riscos de que isso pudesse acontecer (oportunamente me referi a eles, por oposição aos que

entendiam que esses riscos estavam concretizados).

Hoje sabemos que a nossa economia, durante este ano — e tal como era a nossa previsão —, conseguiu

inverter o seu declínio: o segundo trimestre deste ano foi francamente positivo e temos já dados objetivos que

nos permitem acreditar que o terceiro trimestre será, também ele, positivo.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Isso permite-nos olhar para o cenário macroeconómico que saiu destas duas avaliações de uma forma

realista: este ano atingiremos uma recessão menor do que a estimada, de 1,8% contra 2,3% inicialmente

previstos, e deveremos alcançar, em 2014, um crescimento efetivo, apesar do carry-over deste ano (quer

dizer, apesar da inércia da economia deste ano para 2014), de cerca de 0,8% contra os 0,6% que estavam

inicialmente estimados.

São estimativas, volto a insistir, mas são estimativas que traduzem uma perspetiva positiva sobre a

evolução macroeconómica do País.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Em terceiro lugar, o desemprego. O desemprego é, como todos sabemos, a maior chaga social que

podemos viver numa sociedade, e em Portugal temos vivido, nos últimos anos, com níveis de desemprego

historicamente elevados e que, portanto, contrastam com a história do País. As dificuldades que temos sentido

a este nível têm sido muito resilientes e, apesar das perspetivas mais positivas para a economia portuguesa,

não tem sido possível apresentar uma perspetiva tão positiva para a evolução do desemprego.

Ainda assim, os dados que estão disponíveis mostram, como se nota pela fonte europeia mas também

nacional, que há, pelo menos, seis meses que os dados apontam para uma redução contínua do desemprego.

Estamos hoje, sensivelmente, ao mesmo nível de que exatamente há um ano atrás, o que significa, portanto,

que houve, desde logo, criação líquida de emprego com criação de novos postos de trabalho, sobretudo com

maior incidência entre os mais jovens. Isto é indispensável para nós acreditarmos que, apesar de o ritmo de

recuperação económica não ser aquele que todos desejaríamos, ele aponta, no entanto, indelevelmente,

também para uma recuperação do emprego, que é condição essência para manter a coesão social do País.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Estamos, portanto, a chegar ao momento da verdade. Portugal

enfrentou, desde abril de 2011, condições como não tinha memória de ter enfrentado, na sua história recente.

Os sacrifícios que os portugueses foram chamados a realizar, sem qualquer exceção, são, também eles,

sacrifícios excecionais que não comparam com os que foram feitos no passado.

Estamos, rigorosamente, a três avaliações do final do nosso Programa. É minha convicção que temos

praticamente todas condições reunidas para poder concluir este Programa com sucesso, o que não significa,

como tenho dito repetidamente, que as dificuldades desaparecem e que o País, num passo de mágica, possa

regressar a modelos de desenvolvimento, a modelos económicos, seja ao nível do investimento público, seja

ao nível de padrões de consumo privados como os que persistiram durante anos e que mostraram não um

enriquecimento do País, mas um endividamento crescente do País — e não apenas da Administração Pública.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Evidentemente que se essa parte do ajustamento prosseguirá e se manterá,

hoje sabemos que estamos a chegar àquele ponto importante em que precisamos de saber se

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