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10 DE OUTUBRO DE 2013

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Mais: quando a Sr.ª Deputada disse hoje em audiência, e repetiu hoje neste Plenário, que não entende por

que é que a Cinemateca fez barulho sem ter esgotado todas as vias, deixe-me relembrar-lhe que o Secretário

de Estado da Cultura respondeu à Cinemateca exatamente três quartos de hora ou uma hora antes da

mobilização prevista à porta da Cinemateca.

Ou seja, foi a mobilização das pessoas que gostam, que amam e que defendem a Cinemateca, feita

através das redes sociais, mas não só, que fez com que o Sr. Secretário de Estado respondesse aos apelos

da direção da Cinemateca. E a Sr.ª Deputada Conceição Pereira não se devia orgulhar desse facto. Não se

deve orgulhar que haja uma Secretaria de Estado da Cultura que, por medo da mobilização, dê uma resposta

claramente insuficiente!

Deixe-me ainda acrescentar o seguinte: a Sr.ª Deputada deve saber que as necessidades mínimas da

Cinemateca para poder continuar a funcionar com dignidade mas numa programação mínima, exclusivamente

graças ao seu espólio, portanto sem poder ter interações com outras cinematecas internacionais, eram de 900

000 €. Na melhor das hipóteses, terá 700 000, repito, na melhor das hipóteses.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Inês de Medeiros (PS): — Vou concluir, Sr.ª Presidente.

Ora, isto leva a que uma Cinemateca, que tem de ser uma casa aberta de divulgação, não possa funcionar

aos domingos ou tenha de fechar durante as férias. Ou seja, não possa estar disponível para quando as

pessoas a podem frequentar.

Portanto, sejamos coerentes e vamos dar um rumo definitivo à Cinemateca e não aos bochechos, um

bocadinho aqui, um bocadinho ali.

Contentarem-se com isso, confesso, Srs. Deputados, que não entendo essa lógica. É falta de

transparência, é falta de integridade.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr.ª Deputada Inês de Medeiros quase que cumpriu, integralmente,

mais 3 minutos do que aqueles que lhe estavam atribuídos.

Tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins para uma intervenção.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados do PSD e do CDS: Há vários aspetos que

não compreendo naquilo que dizem, porque se aceitarmos, então, será muito grave para a nossa democracia.

O primeiro é o seguinte: o património da Cinemateca e o trabalho da Cinemateca não é do Governo, é da

população portuguesa, é do País, pelo que tem de estar ao serviço do País e, portanto, tem de ter condições

de sustentabilidade para o seu trabalho, que não é esmola, não é favor, é uma obrigação do Estado, num

serviço público e que deve ser tratado como tal.

O segundo aspeto que talvez fosse importante lembrar é que uma Cinemateca não é — e nenhum museu

ou arquivo é — um depósito de caixas, e logo se vê o que lá está. Não é! É a nossa capacidade de preservar o

património, é a nossa capacidade de preservar o que se faz, hoje, para as gerações futuras, e é a nossa

capacidade de ter acesso a esse património. Se a população não tem acesso a esse património, não estamos

a falar de museu, não estamos a falar de serviço público, estamos a falar de caixotes na cave de um dos

senhores, e isso não é uma cinemateca. Do que estamos a falar é da capacidade de o País ter acesso ao seu

património e de continuar a preservá-lo.

Chegando aqui, o terceiro aspeto que não compreendo é como é que os senhores reconhecem que há um

problema de financiamento e não têm nenhuma proposta. Zero!

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Zero!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Parece um sketch do Gato Fedorento: falam, falam, mas não dizem nada!

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Nada!

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