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I SÉRIE — NÚMERO 25

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Por isso, ele encarna, mais do que qualquer definição, o espírito de um democrata, porque lutou pela

democracia, porque fez democracia e porque, para além disso, fez País, fez democracia, fez um Estado, mas

também fez humanidade.

Julgo que Nelson Mandela, acima de tudo, e mais do que qualquer definição, do que qualquer conteúdo e

do que qualquer conjunto de palavras, é o exemplo vindouro da História do Século XX, da História do Século

XXI e dos séculos que se lhes irão seguir.

Nelson Mandela é um exemplo para todos nós, não por causa de cinco números com que foi aprisionado

durante 27 anos, não por causa do 46664, um número que encarna em si toda estas palavras, toda esta

expressão e toda a dimensão de um verdadeiro cidadão do mundo.

Por isso, Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, julgo que mais do que o voto de pesar que aqui foi

consensualizado, poderíamos proclamar que, a partir de hoje, Nelson Mandela é, seguramente, património

imaterial da humanidade, porque todos nos revemos no seu percurso, todos nos revemos na sua prática,

todos nós, acima de tudo, gostávamos de continuar a ver mais Nelson Mandela para o futuro.

Ele é um exemplo para todos nós e, seguramente, perdurará na memória e no futuro.

Aplausos do PSD, do CDS-PP e de Deputados do PS.

A Sr.ª Presidente: — Pelo PS, tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Martins.

O Sr. Alberto Martins (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Nelson

Mandela cruzou a sua vida e o seu destino com a História da Humanidade. O PS sente-se honrado, todos nos

sentimos, por honrar a memória de Nelson Mandela.

A liberdade, o combate ao racismo, o combate ao apartheid, a libertação dos povos oprimidos, a

democracia e a tolerância podem ter um rosto, hoje, na nossa memória e na nossa vida — Nelson Mandela.

Portugal encontrou-se com Nelson Mandela na causa da defesa dos povos oprimidos, na causa de Timor-

Leste e Mandela, mais uma vez, como sempre, esteve do lado certo da História.

O Partido Socialista presta vénia e homenagem à memória de um homem invulgar, um herói cívico

universal que, em si, sintetiza o melhor da dignidade humana e da liberdade.

Aplausos do PS, do PSD, do CDS-PP e de Os Verdes.

A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do CDS-PP.

Tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de Almeida.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Ministros, Sr.ª Secretária de Estado, Sr.as

e Srs. Deputados: Mais do que pesar, manifestamos aqui, hoje, uma profunda e sentida homenagem a Nelson

Mandela, numa circunstância relevante da representatividade que esta Assembleia tem em nome de todo o

povo português, também ele curvado perante a memória de uma referência tão grande.

Temos de ter consciência que nenhuma homenagem estará à sua altura, à altura do extraordinário

exemplo que foi de liberdade, de esperança e do exemplo que foi de convicção, um exemplo consequente,

libertador e inspirador.

A sua prisão foi libertando povos e gerações, a sua eternidade foi calando extremismos, a sua memória

será sempre e ficará como uma enorme barreira ao ódio.

Mandela foi «invicto», como o poema de Henley, que o inspirava e que tantas vezes citava aos seus

companheiros de prisão, como no filme de Eastwood, que conta esse momento marcante da História da África

do Sul, que foi o apoio de um líder negro a um desporto de brancos num extraordinário momento de união de

uma nação que estava a dar passos, embora pouco firmes, de uma nova História e de um novo caminho que

se construía e que não se sabia ainda como se iria desenvolver.

Por tudo isto, Mandela foi conquistando o mundo. Primeiro, eram só os que o rodeavam e partilhavam as

suas lutas políticas. Depois, alguns aprenderam a respeitá-lo pela sua resistência enquanto esteve preso;

muitos comoveram-se com a sua libertação e, mais, perceberam que o facto de não guardarem ressentimento

era uma extraordinária lição; muitos e quase todos consideraram que o Nobel que lhe foi atribuído foi, talvez,

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