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I SÉRIE — NÚMERO 32

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crescimento económico. E esse é exatamente o mesmo Deputado do Governo que disse à troica «vamos

encerrar 794 km de linha férrea». Fechavam as que estavam em recuperação e em obras, como as do

Tâmega, do Corgo ou do Tua, mas também fechavam outras que estavam em funcionamento.

Como, no fundo, quero encontrar boa vontade no Partido Socialista, quero acreditar que estes

encerramentos tinham alguma lógica, alguma explicação: estava perante uma reavaliação da rede ferroviária,

queria procurar modernizar aquilo que era de modernizar e manter ou criar alternativas em troços que eram

fundamentais, como é o caso.

Ora, o Partido Socialista não me surpreendeu e não fez nada disso. Pura e simplesmente, esperava

encerrar pela «calada da noite», sem que nada se soubesse. Apanhado agora na oposição, aqui-d’el-rei, vai à

boleia da demagogia dos partidos à sua esquerda e diz «nós também temos um projeto de resolução». De

facto, é uma peça interessante de ler, mas não tem qualquer utilidade para este debate sério.

Srs. Deputados, o que é fundamental fazer é, de facto, o que diz o Plano Estratégico dos Transportes, isto

é, que tem de ser feita uma avaliação séria da rede ferroviária nacional no que diz respeito a linhas prioritárias,

a linhas estratégicas, a linhas onde o serviço público deve ser mantido.

Em relação a este troço — o troço Covilhã-Guarda —, quer-me parecer, pelo potencial da região, pela

dimensão das populações da Guarda e da Covilhã, que pode ser um troço fundamental para completar as

linhas internacionais e o transporte de mercadorias e passageiros. A obra deve ser feita quando houver

condições para a fazer, mas não se devem enganar as populações.

E não é útil que se façam debates demagógicos, tentando atirar culpas para o vizinho. Não o quero fazer e,

portanto, da minha parte, o que dizemos é que o CDS estará empenhado em que esse estudo da rede seja

feito, para que seja dito às populações, com verdade, o que é possível manter em serviço público e o que não

é, para que se criem alternativas e para que se tenha em conta a situação específica de cada região, de cada

concelho, de cada distrito. Esse é o trabalho sério que deve ser feito e que estamos disponíveis para fazer.

Se quiserem usar da demagogia de, sempre que se encerram serviços, nem sequer ponderarem a sua

utilidade e os custos dos mesmos e virem dizer «não encerram, mantêm-se» quando estão na oposição e

dizerem «encerram-se» quando estão no Governo, para esse peditório, Srs. Deputados, eu não dou, o CDS

não dá, a maioria não dá.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Ainda para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Campos.

O Sr. Paulo Campos (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: As intervenções dos partidos que

apoiam a maioria são sintomáticas da dificuldade em abordar este assunto. Dizem que estes encerramentos

não têm lógica. Têm toda a razão, não têm lógica, mas a verdade é que eles estão a ser feitos, e com grave

prejuízo para as populações.

Acusam-nos de não termos sido tão rápidos, nos anos anteriores, a fazer mais investimento público na

ferrovia. O Deputado Hélder Amaral também nos acusa dizendo que devíamos ter feito mais investimento nas

rodovias. Essas duas acusações são muito curiosas. A verdade é que hoje já não estamos a debater o

passado, estamos a debater o presente e o futuro, e a verdade é que este Governo não recomeçou as obras,

não reabriu a linha, suspendeu os transportes alternativos que existiam para servir estas populações e

degradou o serviço ferroviário existente entre a Covilhã e Lisboa.

A Sr.ª Hortense Martins (PS): — É uma vergonha!

O Sr. Paulo Campos (PS): — Sobre essas matérias nem uma palavra dos Srs. Deputados,

nomeadamente dos Srs. Deputados eleitos pelo Interior e eleitos pelo distrito.

O que os senhores acabaram de fazer foi desconsiderar todos aqueles que votaram nos partidos da

maioria e que ignoram, hoje, o que está a ser feito contra essas populações.

Protestos do PSD.

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