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I SÉRIE — NÚMERO 33

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A terceira conclusão que se pode extrair deste processo é a de que há muitos elementos por esclarecer.

Até podemos apontar as causas que conduziram à situação atual dos Estaleiros Navais, mas não basta

chegar aqui e dizer que as coisas estão más, porque os Srs. Deputados do PSD não chegaram só agora, já

estiveram no Governo, e há muito tempo.

Mas, como estava a dizer, até podemos apontar as causas, que são, por um lado, a falta de investimento,

por parte dos vários Governos, inclusivamente e sobretudo do Governo atual, e, por outro, o trabalho das

várias administrações que têm passado pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, que não mostraram

grande vontade de procurar soluções.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Já agora, permitam-me que lembre quem é que nomeia esses

conselhos de administração ou, pelo menos, quem é que os nomeou ao longo destes anos, e não apenas nos

últimos dois.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — E, como as coisas não acontecem por acaso, até fica a ideia de

que houve um trabalho ao longo do tempo, por parte deste e dos anteriores Governos, no sentido de preparar

o caminho para desmantelar os Estaleiros e entregar ao setor privado tanto os terrenos como as instalações.

No mínimo, é inquestionável que faltou vontade política a este Governo para garantir a viabilização

económica dos Estaleiros.

Faltou vontade política ao Governo para a concretização da carteira de encomendas dos Estaleiros, que

ultrapassava os 500 milhões de euros.

Faltou vontade política ao Governo para garantir as condições financeiras para que os Estaleiros

avançassem com a construção de navios já contratualizada.

Faltou vontade política ao Governo para que os Estaleiros conseguissem salvar um negócio de 128

milhões de euros, cujo contrato estava formalizado e do qual, aliás, os Estaleiros chegaram a receber um

adiantamento. Curiosamente, agora, parece que já apareceu dinheiro para o aço, o que ainda é mais estranho.

Portanto, faltou muito coisa e falta esclarecer outra tanta. E falta, sobretudo, apurar responsabilidades

pelas decisões que foram tomadas ao longo dos anos, tanto pelos Governos como pelas administrações que

passaram pelos Estaleiros, e que acabaram por culminar no desmantelamento desta importante empresa.

Mas não basta dizer que as coisas estão más e que se entrega aos privados. Vamos apurar

responsabilidades! Não deve haver nada a esconder e, portanto, apurem-se as responsabilidades!

Neste sentido, Os Verdes acompanham a proposta do Partido Comunista Português relativamente à

criação de uma comissão eventual de inquérito parlamentar ao processo dos Estaleiros Navais de Viana do

Castelo.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Ainda para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Mariana Aiveca.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, sejamos claros: de acordo com a

intervenção do Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim, a maioria e o PSD demonstram medo. Os senhores têm

medo de quê?! A comissão de inquérito serve exatamente para tratar de matérias de interesse público. Esta

não é uma matéria de interesse público, Sr.as

e Srs. Deputados?!

Há poucos minutos, um Deputado do PSD, numa resposta, gastou 5 minutos e 30 segundos a falar do

desemprego, dizendo que quer combater o flagelo do desemprego. Nada mais falso e hipócrita, Srs.

Deputados! É o Governo do PSD que vai provocar o maior despedimento coletivo de sempre, despedindo os

609 trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo!

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