I SÉRIE — NÚMERO 43
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A somar a tudo isto, ainda temos a enorme biodiversidade associada aos habitats dominados pelo sobreiro,
incluindo espécies que se encontram verdadeiramente ameaçadas de extinção e com elevado estatuto de
conservação, espécies essas consideradas prioritárias tanto a nível nacional como a nível internacional.
Sucede que o montado continua a correr riscos e ameaças que derivam não só do abandono do mundo
rural, que as políticas do Governo têm vindo a potenciar, mas também com o fenómeno das alterações
climáticas.
São estes riscos e estas ameaças que é necessário combater, o que só é possível com uma proteção legal
reforçada que garanta a sua sustentabilidade, que permita a sua expansão e, sobretudo, que preserve a sua
qualidade.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Isaac.
O Sr. Manuel Isaac (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Uma primeira palavra de
saudação especial aos Grupos Parlamentares do PS, do Bloco de Esquerda, do PCP e do PSD pela
apresentação dos projetos de resolução que visam a revitalização, valorização e proteção dos ecossistemas
ricos em biodiversidades para os montados de sobro e de azinho.
Já em setembro de 2011, o CDS-PP apresentou, nesta Assembleia da República, o projeto de resolução
n.º 84/XII (1.ª) sobre esta matéria, onde recomendámos ao Governo a implementação de um programa de
revitalização dos montados de sobro e de azinho.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Manuel Isaac (CDS-PP): — Esta é umas das matérias que este Parlamento tem tratado ao longo dos
últimos anos, com um amplo consenso e que motivou várias decisões, seja a Resolução n.º 26/2007, seja a
declaração do sobreiro como árvore nacional, mas também a realização de conferências ou até o lançamento
de um selo postal, em colaboração com a APCOR e os CTT.
A verdade é que muitas das propostas constantes da Resolução n.º 26/2007 já foram concretizadas,
nomeadamente: criação do pólo das indústrias de base florestal; prémios atribuídos anualmente a
personalidades e instituições que contribuem para a salvaguarda do montado e da cortiça; políticas de
combate à desertificação; revisão da Estratégia Nacional para a Floresta; definição de prioridades no quadro
de financiamento plurianual 2014-2020.
O envolvimento de vários organismos de investigação e da Administração Pública é fundamental para a
definição de uma estratégia nacional de médio e longo prazos para os montados.
A contenção do declínio, a adaptação e a gestão sustentada destes ecossistemas envolve problemas
complexos que precisam de investigação integrada e multidisciplinar. Por isso, há que unir todos os esforços,
entidades e conhecimento para proteger o montado.
Portugal é o País líder no sector da cortiça e por isso deve ser também o País líder no tratamento deste
sector, porque este ecossistema e toda a economia e emprego associado é demasiado importante para o
País.
Definir uma estratégia, implementar medidas e tornar sustentável este ecossistema, seja em termos
ambientais, sociais, mas também económicos, precisa de todos os consensos e, por isso, em nome do CDS-
PP, sugiro que, em sede de especialidade, se consiga uma proposta consensual para que a estratégia e os
planos de ação sejam reconhecidos como verdadeiros documentos nacionais.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Manuel Isaac (CDS-PP): — Consenso político é o que de nós espera os sectores produtivo,
industrial, mas também o ambiente e as populações.
O próximo PDR 2014-2020, que está agora a iniciar, terá de alavancar todos meios nacionais e
comunitários para revitalizar, valorizar e defender o montado.
Com a união de esforços e de vontades, haveremos de ser capazes de atingir os objetivos que todos aqui
nos propusemos atingir.
Resultados do mesmo Diário
o Decreto-Lei n.º 113/2011 e depois não se tem em atenção a chamada «lei-travão», que diz
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» quando, depois, o seu artigo 3.º viola flagrantemente a lei-travão, princípio geral da Constituição em matéria
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