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I SÉRIE — NÚMERO 65

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A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — A questão que lhe coloco é, pois, a seguinte: como é que o Governo vai

salvaguardar e prestar esses cuidados na área dos cuidados paliativos e nas outras áreas com este tipo de

políticas? Para nós, PCP, isso não é possível. Só outra política é que permitirá, de facto, que todos os doentes

e utentes tenham acesso a uma prestação de cuidados de saúde de qualidade.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto.

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as

Deputadas, em primeiro lugar, queria

agradecer as perguntas que me foram colocadas e congratular-me pelo interesse e pelo debate que suscita o

tema dos cuidados paliativos, que, às vezes, até parece merecer menor atenção por parte dos Srs.

Deputados,…

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Por parte do Governo!

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — … quando debatemos estas matérias. Por isso, congratulo-me

que assim não seja neste momento.

Não escamoteando, porque é público e notório, o local onde trabalho com muito orgulho, o que gostaria de

dizer é que não partilho do preconceito da Sr.ª Deputada relativamente aos doentes que trato.

Como médica, orgulho-me de tratar os doentes, no privado ou no público, onde comecei a minha carreira,

com igual exigência e competência, e não creio que os doentes, porque são tratados numa instituição privada,

mereçam o preconceito que a Sr.ª Deputada pôs nas suas palavras. Para mim, seguramente não merecem, e

orgulho-me daquilo que faço.

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Muito bem!

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Queria ainda dizer que não partilho de todo da ideia de que o que

aqui hoje me trouxe seja uma medida de despudor.

Aquilo que está por trás desta iniciativa é a preocupação de manter a exigência, de manter o

acompanhamento, de manter o rigor e de não deixar de falar de uma matéria que, para nós, é central. Creio

que tem havido firmeza da nossa parte em manter o acompanhamento relativamente aos cuidados paliativos,

pelo que não a acompanho, Sr.ª Deputada Luísa Salgueiro, no que disse sobre o despudor.

Não há dúvidas de que, face ao cenário de crise que aqui foi também comentado por outras Sr.as

Deputadas, é verdade que temos de avançar. Aliás, também nunca nos ouviram dizer que tudo estava perfeito

relativamente ao sistema de saúde e aos cuidados paliativos, mas não escamoteamos o que existe e, já

agora, relembramos que não foi o Partido Socialista que avançou com a Lei de Bases de Cuidados Paliativos,

nem muito menos tomou medidas para implementar este tipo de serviços,…

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Mas aprovámos!

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — … não foi o Partido Socialista que tomou medidas para avançar

especificamente com os cuidados paliativos pediátricos, o que lamentamos, porque, de facto, a crianças

portuguesas merecem outro tipo de medidas — convirá lembrar isso aqui. Mas também convém ter presente

que, num cenário de maior rigor orçamental, os cuidados paliativos não irão, seguramente, incrementar a

despesa, antes pelo contrário.

Por último, e porque tenho de terminar, gostaria de lembrar que, relativamente às especificidades que uma

temática deste tipo possa exigir, de facto, os cuidados paliativos pediátricos têm grandes diferenças

relativamente ao que se passa com os adultos, desde logo porque, na sua maioria, as crianças não são

doentes oncológicos, têm trajetos de doença bastante prolongados, pelo que o acompanhamento vai ter de ser

feito, muitas vezes, ao longo de anos.

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27 DE MARÇO DE 2014 49 O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs
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