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29 DE MARÇO DE 2014

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Estamos certos que tudo isto irá ser real e será benéfico para Portugal e também para a zona euro como

um todo. Apesar de o caminho ser difícil, bem o sabemos, continua a ser a nossa melhor alternativa. Eu diria,

mesmo a única alternativa.

É por isso que, neste contexto, consensos e entendimentos alargados, quer em termos políticos, quer

sociais, são essenciais para melhor vencermos as dificuldades e estamos totalmente disponíveis para esses

entendimentos.

Sr. Presidente, termino referindo que, depois de tudo o que aqui disse, é difícil acreditar que o Bloco de

Esquerda tenha apresentado este projeto de resolução, porque ele corporiza o que acreditamos ser uma

impossibilidade, porque é de uma irresponsabilidade total.

Na verdade, se sabemos que o caminho que nos espera não será fácil, se as propostas que os Srs.

Deputados têm no vosso projeto fossem aprovadas, caminhar-se-ia para a saída de Portugal da zona euro e

para a desagregação da própria zona euro. Ou seja, teria lugar uma verdadeira tragédia financeira, económica

e social em Portugal e na Europa e todos os esforços que os portugueses fizeram seriam perdidos. E isso,

Srs. Deputados, seria absolutamente imperdoável.

O nosso desígnio é o de procurar melhorar a vida dos portugueses…

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem de concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — … e é por isso que não contarão com o PSD nem com esta maioria

para seguir esse vosso delirante caminho.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana

Mortágua.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: O

PSD acha que a austeridade é uma estratégia de crescimento económico, nós achamos que é uma estratégia

de empobrecimento.

O PIB voltou aos dados de 2000, uma década perdida; o emprego voltou aos números de 1997, mais de

uma década perdida, quase duas; a dívida nunca foi tão alta, a dívida é mais alta, em percentagem do PIB,

desde 1880. Sr. Deputado, se isto não é irresponsabilidade, tenho de lhe dizer que não sei o que é

irresponsabilidade.

Em 2011, havia duas crianças pobres em cada 10; hoje são três em cada 10. Este Governo é responsável

por mais uma criança pobre em cada 10, neste País. Se isto não é radicalismo, Srs. Deputados, não sei o que

é radicalismo.

Srs. Deputados, este Governo está cada vez mais isolado pelo seu radicalismo liberal, e nós bem o

sabemos. O líder da bancada do PSD veio aqui dizer que achava que o empobrecimento era inevitável. A

postura do PSD é o empobrecimento do País, a destruição do País, e é inevitável. Por isso, não viemos aqui

pedir que o PSD mudasse a sua opinião e, de repente, achasse que o empobrecimento não é estratégia, não

é a estratégia que prosseguia e prossegue.

O que vimos aqui pedir ao PSD é que diga a verdade e não repita o mesmo que fez nas últimas eleições,

mentindo aos portugueses, pois ganhou as eleições dizendo aos portugueses que não fazia cortes e cortou, e

agora prepara-se para fazer o mesmo, isto é, ir às eleições europeias sem dizer onde é que quer cortar e se

os cortes são temporários ou permanentes.

Vimos aqui pedir e desafiar o Governo, o PSD e o CDS-PP a dizerem a verdade aos portugueses, para que

estes possam fazer uma escolha conhecendo os termos do debate.

Este é o desafio que deixamos, pois essa resposta não foi dada. Pergunto: os cortes são temporários ou

são permanentes? Prometeram e deram a palavra que eram temporários; agora, antes das eleições, venham

dizer que são permanentes, porque são e já o sabemos.

Aplausos do BE.

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