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I SÉRIE — NÚMERO 67

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seu legado viverá através deles. O País, por seu lado, agradece-lhe e não esquece o contributo daquele que

foi um cidadão exemplar, um patriota, um caráter simples, um profissional dedicado e um homem bom.

A Assembleia da República agradece a Fernando Ribeiro e Castro a sua dedicação à causa pública, que o

destacou como figura notável da sociedade portuguesa, e apresenta a toda a sua família e amigos as suas

sentidas condolências».

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, também a Mesa dirige um abraço à família, que se encontra nas

galerias, e, em especial, com muito carinho, ao Sr. Deputado José Ribeiro e Castro.

Vamos votar o voto n.º 184/XII (3.ª), que acabou de ser lido.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Srs. Deputados, peço a todos 1 minuto de silêncio.

A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.

Passamos ao voto n.º 185/XII (3.ª) — De pesar pelo falecimento de Adolfo Suárez (CDS-PP, PS e PSD).

O Governo, através da Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares, informou que se associa

também a este voto.

Peço ao Sr. Secretário, Deputado Duarte Pacheco, o favor de proceder à respetiva leitura.

O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:

«Adolfo Suárez González, nasceu em Cebreros, em 1932, e formou-se em Direito pela Universidade de

Salamanca, em 1943. Exerceu advocacia no início da carreira, embora tenha sido no período após a morte de

Franco que Adolfo Suárez se destacou como o homem certo no momento necessário, que protagonizou

reformas que inviabilizaram disrupções abruptas e violentas, transformando o combate em debate e

privilegiando o compromisso sobre o conflito.

Em julho de 1976, o Rei Juan Carlos encarregou Adolfo Suárez de liderar o segundo governo pós-

franquismo. Com a ação exercida durante a sua presidência fechou feridas, cultivou consensos e

cumplicidades com os seus adversários, sempre em nome do interesse maior de Espanha.

Em conjunto com o Rei Juan Carlos, Adolfo Suárez formou uma dupla fundamental na liderança do

processo de transição, acompanhados que foram de uma geração constitucionalista de políticos e homens de

Estado que desenharam as liberdades política, civil e económica, essenciais na construção da democracia

pluralista e de um Estado assente na diversidade e nos valores da construção europeia.

Com o mandato difícil de desmantelar as estruturas franquistas e pacificar a vida política espanhola, Adolfo

Suárez conseguiu consensos e congregou sensibilidades políticas tão diversas como conservadores, social-

democratas, democratas cristãos, liberais e socialistas, legalizando o Partido Comunista de Santiago Carrillo e

alcançando difíceis mas necessários pactos políticos.

Após mais de quatro décadas de ditadura, os espanhóis puderam, em junho de 1977, escolher livremente

as Cortes que haveriam de assumir funções constituintes para a elaboração da nova lei fundamental do estado

democrático.

Adolfo Suárez foi o vencedor destas primeiras eleições, liderando uma coligação de diferentes formações

políticas em torno da União do Centro Democrático.

Em 6 de dezembro do ano seguinte a nova Constituição espanhola seria referendada e aprovada pelos

espanhóis, normalizando o sistema político e estabilizando a democracia.

Desde sempre amigo de Portugal e dos portugueses, foi agraciado pelo Presidente Ramalho Eanes com a

Grã-Cruz da Ordem de Cristo, em 1978, e pelo Presidente Mário Soares com a Grã-Cruz da Ordem da

Liberdade, em 1996.

Hoje, perante o seu desaparecimento, Adolfo Suárez é homenageado por Espanha e por todos os que

reconhecem muito dever a democracia ao seu engenho e coragem.

Assim, a Assembleia da República manifesta o seu pesar pela morte de Adolfo Suárez, expressando

sentidas condolências à família e ao povo espanhol.»

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