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I SÉRIE — NÚMERO 73

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Queremos erradicar a pobreza, sim, queremos! Todos queremos erradicar a pobreza, disso não tenho a

mínima dúvida, e queremos debelar substancialmente as desigualdades sociais.

Mais: sabemos qual é o caminho e o Governo está a seguir este caminho. Primeiro, pôr as contas públicas

em ordem — está a fazê-lo; segundo, fazer com que na economia crescer — está a crescer; terceiro,

aumentar o emprego — está a aumentar; quarto, diminuir o desemprego — está a diminuir; quinto, está a criar

mecanismos de sensibilidade social para uma melhor redistribuição da riqueza quando formos capazes de a

criar, repito, quando formos capazes de a criar.

Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, termino dizendo que não podemos retomar o tempo das ilusões

doces com que o PS nos embalou nos últimos anos da sua governação. Não tínhamos dinheiro e, no entanto,

continuávamos a gastar de uma forma perdulária. Depois, veio a fatura interna, em 2010, e, em 2011, veio a

fatura externa. Não queremos que estas faturas continuem a chegar a Portugal, porque, Sr. Presidente e Srs.

Deputados, os primeiros a sofrer amargamente são, obviamente, os mais pobres, são aqueles que têm menos

rendimentos e temos de estar muito atentos a que circunstâncias destas não se repitam na nossa história, que

sobretudo nos envergonham a nós que temos a responsabilidade política de dirigir o País-

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Deputados, ao contrário do que todos os

dados indicam — a dívida aumentou para 130%, o défice continua elevado, o desemprego atingiu 1,4 milhões

de trabalhadores portugueses, a pobreza atinge 2,6 milhões de portugueses —, apesar de todos estes dados,

afirmamos que o Governo não fracassou, não fracassou no combate à pobreza porque nunca foi essa a

intenção.

Vozes do PCP: — Exatamente!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — O Governo nunca teve a intenção de diminuir a pobreza no nosso País,

antes pelo contrário; o objetivo é concentrar a riqueza em meia dúzia de grupos económicos e, por isso e para

isso, é preciso empobrecer milhares de portugueses.

A verdade é que, num ano em que os portugueses passaram cada vez mais fome, em 2013, a EDP

registou 105 milhões de euros de lucro, a Portucel, registou 210 milhões, o BES registou 517 milhões, a Galp

registou 510 milhões, a Sonae registou 319 milhões, a Jerónimo Martins registou 382 milhões. Os lucros

sempre a aumentar e as três maiores fortunas pessoais aumentaram em 17% a sua riqueza.

Portanto, está comprovado que o objetivo é concentrar a riqueza à custa de milhares e milhares de

portugueses a passar fome.

Vozes do PCP: — Exatamente!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Como o Governo não consegue justificar isto, por um lado, tenta negar a

realidade e, por outro, recorre à falsidade.

Na semana passada, o Sr. Ministro Paulo Portas recorreu à mentira dos 100 000 euros relativamente aos

cortes no rendimento social de inserção e hoje tivemos o Ministro Mota Soares a dizer que existiam 500 000

beneficiários de rendimento social de inserção, coisa que nunca existiu.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem de concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Vou terminar, Sr. Presidente.

No nosso País, a pobreza apenas vai ser combatida quando houver uma melhor distribuição de riqueza, e

isso, infelizmente, não é com este Governo de desgraça nacional, pois promove a sua concentração.

Aplausos do PCP.

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