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I SÉRIE — NÚMERO 80

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Homem de fé, João Lopes Porto defendeu sempre os princípios e os valores em que toda a vida acreditou,

em particular os da democracia-cristã e os da doutrina social da igreja, alicerçando neles as suas várias

intervenções públicas — na Ordem dos Engenheiros, em instituições de solidariedade social e em ONG

(organizações não-governamentais).

A forma generosa e perseverante com que enfrentou os seus desafios tocou e inspirou os que com ele

contactaram na política, na universidade ou na vida pública. Todos eles lamentam o seu desaparecimento,

mas nenhum esquecerá o que João Porto lhes deixa como exemplo e herança. Também o País recordará

sempre o engenheiro que gostava de construir e que, sempre fiel à causa pública, participou da construção do

nosso regime democrático.

A Assembleia da República agradece a João Lopes Porto a dedicação ao País, que o singularizou na

sociedade portuguesa e na história da nossa democracia, e apresenta a toda a sua família e amigos as suas

sentidas condolências».

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar o voto que acabou de ser lido.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Passamos ao voto n.º 188/XII (3.ª) — De pesar pelo falecimento de Vasco Graça Moura (PSD), que o Sr.

Secretário Duarte Pacheco fará o favor de ler.

O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:

«Vasco Graça Moura morreu, mas não nos deixou.

Recordar Vasco Graça Moura como poeta é pouco. Foi escritor, poeta, ensaísta, tradutor, letrista,

advogado, político, Deputado europeu, Secretário de Estado. Foi, acima de tudo, um livre-pensador.

Como Homem, Vasco Graça Moura era um de nós, mas não se tratava de um mero mortal, era um génio

com múltiplos talentos.

Nasceu no Porto em 1942. Licenciou-se em Direito, em Lisboa, exerceu advocacia até ao início da década

de 80. Filiou-se no PPD logo após o 25 de Abril e exerceu os cargos de Secretário de Estado da Segurança

Social (no IV Governo Provisório) e dos Retornados (no VI Governo Provisório).

Foi diretor da RTP2 (1978) e administrador da Imprensa Nacional — Casa da Moeda (1979-1989). Aqui,

Graça Moura deu um forte impulso à área editorial da Casa da Moeda. Recuperou a memória da literatura

portuguesa. Reeditou muitos dos clássicos, reavivando autores esquecidos ou proibidos pela ditadura,

publicando obras que já não se encontravam no mercado há décadas e até séculos. Deu voz a todas as

vertentes da cultura literária social e política.

Durante quase toda a década de 80, enveredou em exclusivo pela carreira literária, que o havia de

confirmar como nome maior da literatura portuguesa e europeia da segunda metade do século XX.

Em 1988, tornou-se presidente da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário de Fernando

Pessoa (1988) e da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1988-

1995), diretor da revista Oceanos (1988-1995), diretor da Fundação Casa de Mateus, comissário-geral de

Portugal para a Exposição Universal de Sevilha (1988-1992) e diretor do Serviço de Bibliotecas e Apoio à

Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian (1996-1999).

Foi Deputado ao Parlamento Europeu, integrando o Grupo do Partido Popular Europeu, de 1999 a 2009.

Em janeiro de 2012, Vasco Graça Moura foi nomeado para a presidência do Centro Cultural de Belém pelo

Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho.

A obra literária iniciou-se em 1963, com o título Modo Mudando e, a partir daí, a sua atividade literária

nunca mais cessou, entre poemas, ensaios, prosa ou romance, Vasco Graça Moura atravessou os vários

estilos.

Do seu trabalho como tradutor literário destacam-se as traduções de várias obras de Racine, A Divina

Comédia, de Dante, Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand, Misantropo, de Moliére, ou os Sonetos de

Shakespeare e, ainda, Rilke.

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