O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 86

28

A Barraca, como já foi dito, fez a sua candidatura aos apoios diretos dentro dos critérios a que todas as

companhias estavam sujeitas e eram do seu conhecimento. Teve a sua classificação e teve o momento de

apresentar a sua reclamação, no prazo para a audiência de interessados. Foram dadas as justificações e,

após as mesmas, foram mantidas as classificações.

Mas é bom realçar algo que ainda aqui não foi dito: independentemente dos tempos difíceis, as verbas para

o teatro foram reforçadas, como é referido na ata.

Gostava ainda de dizer ao Sr. Deputado Carlos Enes que é muito estranho que seja o PS a referir isso

quando vimos o seu ex-Primeiro-Ministro a chorar «lágrimas de crocodilo» porque gostaria de aumentar as

verbas para a cultura e, no ano seguinte, o que fez foi diminui-las, e agora o senhor que vem aqui dizer que os

senhores é que estão a defender a cultura.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A criação artística não deve depender apenas do Estado e nós acreditamos que A Barraca, com os seus 37

anos de existência, com o público que já granjeou, com a sua capacidade, bem demonstrada há pouco tempo

com a sua presença nesta Casa, quando comemorámos os 40 anos do 25 de Abril, vai ser capaz, como

muitos outros grupos teatrais neste País, de não estar totalmente dependente do Estado, como muitos querem

que a criação artística esteja.

O PSD está disponível, como sempre esteve, para rever os critérios dos apoios diretos às companhias de

teatro, mas o PSD também quer ser criterioso em tempos difíceis e que as verbas cheguem a todos os grupos,

quer seja em Lisboa, quer seja no interior do País.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr. Presidente e Srs. Deputados: Em primeiro lugar, em nome do Grupo

Parlamentar do PCP, gostava de saudar os trabalhadores, os artistas e os criadores de A Barraca. Saudá-los

pela apresentação desta petição e por evidenciarem o caso concreto, mas também porque, através desse

caso concreto, ilustram a realidade do País e das estruturas de criação artística que importa discutir e ter

subjacente no nosso debate.

Saudamos ainda a resistência desse grupo de ação teatral pela sua intervenção política, como é o caso da

apresentação desta petição, mas também, e sobretudo, pela forma como resistem através daquilo que fazem,

da criação artística, que, no contexto atual, é, de facto, um ato em si mesmo de luta e de resistência,…

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — … principalmente tendo em conta um Governo que tenta a todo o custo

aplicar uma censura financeira às liberdades de criação e fruição cultural. Saudamos, portanto, essas

intervenções de A Barraca e essa resistência.

Srs. Deputados, podemos todos aqui, hoje, tecer loas e elogios à persistência, à perseverança, à

capacidade criativa de A Barraca e dos outros grupos, das outras estruturas de criação artística, mas são os

mesmos partidos, como agora acabámos de ouvir através da Sr.ª Deputada Conceição Pereira, que aqui

tecem esses elogios e glorificam esses grupos que, ao mesmo tempo, apoiam o Governo que estrangula e

asfixia financeiramente esses grupos, de fora deliberada,.…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — … pagando por cada dia que passa em juros mais de cinco vezes aquilo

que, num ano, atribui ao apoio direto às artes.

O Sr. David Costa (PCP): — Bem lembrado!

Páginas Relacionadas
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 86 20 O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — N
Pág.Página 20
Página 0021:
15 DE MAIO DE 2014 21 Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, as crianças co
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 86 22 Pia, no Porto, para aí instalar um centro de c
Pág.Página 22
Página 0023:
15 DE MAIO DE 2014 23 hoje uma entidade privada. Portanto, não tem sequer condições
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 86 24 Portanto, independentemente da incapacidade de
Pág.Página 24
Página 0025:
15 DE MAIO DE 2014 25 A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Para tal é necessário que se refor
Pág.Página 25