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11 DE OUTUBRO DE 2014

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O Sr. Primeiro-Ministro: — Portanto, confesso que não entendo muito bem a objeção feita pela Sr.ª

Deputada.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o senhor tenta reescrever as suas

próprias palavras, mas, resumindo, o que disse, em agosto, foi «nem 1 cêntimo dos contribuintes para o BES»

e o que diz hoje é «os contribuintes vão pagar o BES». E, Sr. Primeiro-Ministro, isto não é original nem é uma

nova política. De facto, em seis anos, seis vezes os contribuintes portugueses foram chamados a «limpar»

seis bancos privados e o dinheiro público foi sempre usado para o lucro da banca privada.

Sim, é por isso que o Bloco de Esquerda diz que chega de ser o dinheiro público a pagar os desmandos

privados e que os bancos são demasiadamente importantes para continuarem a ser joguetes nas mãos de

banqueiros que claramente não os sabem gerir e que recorrem sempre ao dinheiro público.

Quem paga manda. Se o Estado paga, o Estado tem de mandar.

Sr. Primeiro-Ministro, não mudou nada. O que mudou nestes três meses é perceber-se agora o buraco que

aí vem e a venda cada vez mais próxima. O Sr. Primeiro-Ministro espera agora que os portugueses se

esqueçam da história que lhes vendeu este verão.

Cito as suas próprias palavras sobre o que o Governo está a fazer. Explicou-o bem no Pontal: varrer para

debaixo do tapete, fazer de conta e usar o dinheiro dos contribuintes para pagar a falta de ética, de escrúpulo.

O Sr. Primeiro-Ministro: — É o contrário!

O Sr. Hugo Lopes Sores (PSD): — É o que não faria!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Não tenho nada a acrescentar às suas próprias palavras.

Aplausos do BE.

O Sr. Hugo Lopes Sores (PSD): — Que vergonha!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Primeiro-Ministro, não poderemos passar este debate sem falar de

educação.

Há 2000 professores para serem colocados e milhares e milhares de alunos ainda sem aulas, um mês

depois do início do ano letivo.

Nuno Crato chegou ao Ministério da Educação e, qual Professor Pardal da Walt Disney, desatou a fazer

experiências com a vida das pessoas: acabou com o programa de Matemática sem nenhum teste, sendo este

o que tinha melhores resultados a nível internacional; há três anos que não há, em Portugal, formação para

adultos; colocou as universidades e os centros de investigação sem capacidade; há escolas a funcionar em

contentores, enquanto paga obras, contentores e processos judiciais que vai perdendo; e não houve um único

processo de colocação de professores que tivesse corrido bem até agora.

O Ministério da Educação é a imagem que Nuno Crato tentava projetar da escola pública quando ainda não

estava no Governo: facilitismo, falta de rigor e nivelamento por baixo. É preciso recuarmos ao tempo de

Santana Lopes para encontrarmos um ano letivo que tenha começado tão mal.

O Sr. João Galamba (PS): — Bem lembrado!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Primeiro-Ministro, três semanas depois dos pedidos de desculpa os

problemas mantêm-se e, ao que tudo indica, manter-se-ão, na educação como na justiça.

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11 DE OUTUBRO DE 2014 35 A Sr.ª Presidente: — Muito obrigada. Fica registado, Sr.ª
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