I SÉRIE — NÚMERO 19
56
Mas os portugueses não querem voltar para trás, querem mais crescimento, querem mais emprego,
querem um Estado mais poupado e mais eficiente, querem salvaguardar o Estado social. Os portugueses não
querem voltar à situação em que estavam há três anos.
Cabe-nos a nós sermos capazes de os motivar, de os mobilizar para mais quatro anos de mudança, de
futuro, de coragem e de progresso.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. João Galamba (PS): — Com tanta mudança ficamos tontos!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Já nem o aplaudem! Está a esticar a corda!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — O tempo que abrimos é de esperança, o tempo é de combate
democrático e a nossa responsabilidade é não deixar que o País desperdice o enorme esforço que foi capaz
de fazer.
Concentremo-nos no essencial: esperam-nos novas metas, novos objetivos, mais reformas estruturais. Os
portugueses merecem a nossa tenacidade, o nosso esforço, o nosso empenho máximo.
Sá Carneiro disse: «Saber estar e romper a tempo, correr os riscos da adesão e da renúncia, pôr a
sinceridade das posições acima dos interesses pessoais isto é a política que vale a pena». É para isso que
aqui estamos e é para isso que aqui continuaremos! Os portugueses sabem que Portugal está em boas mãos!
Aplausos do PSD (de pé) e do CDS-PP.
Protestos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Vice-Primeiro-Ministro.
O Sr. António Filipe (PCP): — No fim, só se vai levantar o CDS!
O Sr. Vice-Primeiro-Ministro (Paulo Portas): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Este é o primeiro
Orçamento deste Governo que discutimos sem depender da troica — temos mais soberania.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Temos mais impostos!
O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — Este é o primeiro Orçamento após o Memorando de Entendimento —
temos mais liberdade.
Este é o primeiro Orçamento depois do termo do resgate, depois do termo de um enorme vexame para
Portugal — temos mais dignidade, e foi pela dignidade de Portugal que todos trabalhámos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Este é o primeiro Orçamento com défice abaixo dos 3% — temos mais credibilidade.
Melhor: este é o primeiro Orçamento em que há expetativas de crescimento económico acima da média da
zona euro. Não serão certezas, mas avançámos, certamente, na esperança.
Este é o primeiro Orçamento com uma redução mais acentuada do desemprego. Não são números, são
pessoas; não são percentagens, são oportunidades — avançámos no emprego.
Este é o primeiro Orçamento em que os indicadores de confiança prevalecem nitidamente sobre os
indicadores de dúvida — avançámos na confiança.
Mais claro ainda: este é o primeiro Orçamento em que há recuperação do poder de compra para muitos
trabalhadores: 570 000 compatriotas nossos terão o salário mínimo nacional aumentado — avançámos na
justiça social.