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1 DE NOVEMBRO DE 2014

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Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: O problema do passado do PS ainda é, e continuará a ser, o

problema do futuro do PS, o que não é coisa irrelevante para a nossa democracia, dada a especial

responsabilidade que o PS tem num regime de alternância.

Passo ao lado desse detalhe curioso, que é o PS ter proposto há 15 dias nada menos do que eleições

antecipadas e o vosso candidato a primeiro-ministro ter dito ontem — repito, ontem — que não lhe podem

pedir ideias ou propostas porque está em modo de transição!

Risos do PSD e do CDS-PP.

Ou bem que o pedido de eleições foi uma distração sobre coisas sérias ou bem que, na melhor hipótese,

se aceitássemos o pedido de eleições, o PS não teria senão ideias vagas ou propostas transitórias.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Bem sei que o novo líder do PS, cuja vitória não é certamente desprezível, vive em proverbial estado de

graça.

Protestos do PS.

Não é coisa que sempre dure, como ele saberá. Mas esta ideia de pretender que o mero facto de ser eleito

provoca obrigatoriamente eleições e o dispensa de dizer ao que vem, o que pensa, que propostas faz, que

problemas resolve e, já agora, como tem um lado de suficiência que não é próprio de uma democracia

moderna, nem da tão proclamada ética republicana. O poder não se herda, o poder merece-se!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O debate teria sido mais difícil para a maioria se, em vez de um PS em negação sobre o seu passado e até

em aclamação sobre o seu passado, aparecesse aqui um PS renovado e com sentido crítico sobre o que

aconteceu a Portugal e por que é que aconteceu em Portugal o que todos sabemos.

Protestos do PS.

Ora, o PS continua a dizer que não deixou um problema e que teria resolvido de per si a questão. Deve ter

sido certamente por isso que o antigo Ministro Teixeira dos Santos pediu o resgate, em desespero — penso

até que apesar do Primeiro-Ministro —, porque os cofres estavam completamente vazios, se comparados com

a enormidade das obrigações de solvência que o Estado tinha.

Protestos do PS.

A meu ver, a questão coloca-se, então, assim: ou o PS revê o seu passado — e esta, sim, é uma operação

política que requer coragem — ou o PS será sempre suspeito de querer repetir a receita e de querer repetir a

desgraça.

Protestos do PS.

Ou o PS dá garantias sobre prudência orçamental…

O Sr. João Galamba (PS): — Fale lá do Magalhães!

O Sr. Vice-Primeiro-Ministro: — … ou assustará temivelmente uma classe média que tem direito a não

perder mais do que já perdeu pela vossa essencial irresponsabilidade.

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