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I SÉRIE — NÚMERO 21

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25 anos depois de ter caído a barreira da liberdade, 25 anos depois de ter havido um movimento que

atravessou a Europa e que demonstrou que era possível comunidades que estavam separadas por ferro, por

cimento, por arame farpado conseguirem conjugar-se na palavra «liberdade» e na palavra «paz», é

importante, hoje e aqui, assinalar esse momento.

É importante, porque foi uma oportunidade que a Europa teve de se reconstruir, de se recriar, de dar uma

oportunidade a quem estava debaixo do obscurantismo, sob a justificação de ideologias, sob a justificação de

tiranias, sob a justificação das armas, de se poder abrir para o mundo em termos de liberdade e de poder

construir uma vida melhor. De facto, houve uma oportunidade para se abrir aqui um mundo.

Tivéssemos nós, hoje e aqui, ainda, o Muro e teríamos, provavelmente, não uma anexação de outras

partes da Europa, como se verifica; tivéssemos nós, hoje e aqui, outras oportunidades de outros que usaram

muros para recriar momentos de guerra e teríamos, porventura, zonas de países, que ainda são livres, que

não teriam sido anexadas.

Por isso, aquele momento, ver um conjunto de cidadãos livres a saltarem por cima desse cimento e desse

betão, deu-nos também uma nova possibilidade de olharmos para o Muro de forma diferente.

É uma oportunidade de liberdade, é um marco para a história da Europa, é um marco para o

desenvolvimento do todo o europeu e de todos aqueles que gostam de criar muros para se esconderem, para

se meterem dentro de espaços, que não querem que haja liberdade, que haja criatividade, que haja

capacidade de poder discutir as situações em paz.

Hoje, queremos celebrar isso, queremos associar-nos a essa situação e dizer, de uma vez por todas, que

não serão os muros, não será a tirania nem a evocação de uma qualquer ideologia que nos prenderá à palavra

da liberdade, à palavra da paz e à palavra da oportunidade de todos os cidadãos poderem dizer aquilo que

querem e sentem, no mundo.

Bem-haja a todos aqueles cidadãos anónimos, os que morreram e os outros, muitos, que lutaram por essa

liberdade, por saltarem por cima desses blocos de cimento para demonstrar que é possível criar paz, é

possível os cidadãos fazerem melhor.

É isso que queremos celebrar, todos em conjunto, e assinalar neste Parlamento.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Paulo Pisco, pelo PS.

O Sr. Paulo Pisco (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: A queda do Muro de Berlim só pode ser

considerada como um símbolo de uma era que findou e de novos tempos que se abriram, cheios de

esperança na paz duradoura, numa Europa mais unida e com um progresso económico e social mais

universal.

O 25.º aniversário da queda do Muro é uma data que deve ser assinalada não apenas pelo que significa

para a Europa e pela forma vertiginosa como se transformou mas pelo que significou para o mundo e pelo

exemplo de luta contra todas as divisões e conflitos, de luta contra os muros físicos e psicológicos que ainda

existem em tantas regiões do nosso planeta.

É impossível estar perante o que resta do Muro e não sentir a emoção do que significa a libertação, mas

também todas as contradições da Europa e da sua história, quantas vezes tão trágica.

A queda do Muro de Berlim não foi apenas o fim de um mundo bipolar que opôs os totalitarismos do Leste

e os pluralismos do Ocidente, foi também o início de uma nova era, em que a democracia e o desenvolvimento

chegou a muitos países até então bloqueados pela ideologia. E nunca é de mais lembrar que, em apenas 15

anos após a queda do Muro, 10 países de Leste se tornaram membros de pleno direito da União Europeia e,

entretanto, beneficiaram claramente em termos de progresso económico e social e de direitos em virtude

dessa sua nova pertença a um outro espaço europeu.

Celebrar a queda do Muro de Berlim é celebrar a democracia, é celebrar o progresso e os direitos

humanos, é honrar o esforço de todos aqueles que lutaram pela liberdade, dos que por ela caíram e foram

vítimas, mas também de todos os que, finalmente, puderam respirar quando em 9 de novembro de 1989 o

sonho se tornou realidade.

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