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I SÉRIE — NÚMERO 27

18

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Só no BPN é que faz sentido!

O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Portanto, Srs. Deputados, em relação às propostas do Bloco de Esquerda

e do PCP sobre a PT, penso que estamos conversados: as vossas propostas não têm qualquer sentido. Só

surgem por opção ideológica, não incorporam em nada o tempo em que vivemos, nem o mundo em que

vivemos.

Quanto ao que nos vem propor o Partido Socialista, já ouvimos aqui hoje uma intervenção, quase chocante

— deixe-me dizer-lhe, Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo —, vinda do Partido Socialista.

Certamente que este projeto de resolução do Partido Socialista deve ser inspirado nas propostas saídas do

último Congresso do Partido Socialista. Perguntam os Srs. Deputados: o que é que o projeto de resolução do

PS propõe? Certamente todos os Srs. Deputados vão pensar: nada! Mas, antes fosse nada, pois é muito pior

do que nada. E por que é que é muito pior do que nada? Vejamos o que diz o projeto de resolução do Partido

Socialista: «Lamentavelmente, o País assistiu ao longo destes últimos meses à degradação do valor da PT

Portugal, sem que o Governo tivesse tomado qualquer posição ou intervenção de modo a impedir a

desvalorização financeira da empresa».

Ó Srs. Deputados, o assunto é demasiado sério, a questão é demasiado séria, para a tratarem desta

forma! O que é que queriam que o Governo fizesse? O que é que o Governo português tinha de fazer? O que

é que o PS propunha que o Governo fizesse quando a empresa perde valor em bolsa?! Devem estar a brincar,

não devem estar a falar a sério e perderam a noção do bom senso!

O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Exatamente!

O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Acho que chega de tratar assuntos com esta seriedade nos termos em

que o fazem.

Portanto, Srs. Deputados, não podemos concordar com o que foi proposto nesta Câmara.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Sobre esta matéria, gostaria de

começar por reafirmar que a PT é uma empresa de alta qualidade, importantíssima para a economia

portuguesa, com um conjunto muito vasto de trabalhadores, pelo que este tema, por si só, mereceria

seriedade e serenidade no debate.

É óbvio que não se pode ignorar que a Portugal Telecom é uma empresa privatizada há 14 anos — parece

que houve aqui algum esquecimento —, é uma empresa privada. E, em 2011, vendeu-se a golden share, que

era a única forma de interferência do Governo.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Vendeu-se, não! Deu-se!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Portanto, estando a falar de uma empresa privada cotada em bolsa,

pensava eu que a responsabilidade que normalmente reconheço aos Srs. Deputados vinha ao de cima. Mas

não foi isso que aconteceu.

E poderia até dizer que a intervenção dos anteriores Governos, nomeadamente do Partido Socialista,

custou uma desvalorização da empresa em 10 000 milhões de euros, quer por nomeações do Conselho de

Administração ou ingerência nessas nomeações, quer pela tentativa de controlo da empresa.

Portanto, a haver um tesouro — e não uma joia da Coroa, como diz o Sr. Deputado do Partido Socialista —

é um «tesourinho deprimente» do Partido Socialista esta intervenção que quase ia deitando por terra o valor e

a capacidade da empresa.

Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, a vossa proposta não é radical, é uma proposta, no mínimo,

irresponsável. É uma proposta, tal como a do Partido Comunista Português, ultrapassada pela história,

ultrapassada no tempo, e são soluções completamente irresponsáveis. E por que é que digo que é uma

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