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I SÉRIE — NÚMERO 37

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ela, para com as famílias das vítimas e, sobretudo, para com aqueles que, em França e no mundo, lutam pelos

valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade.

Aplausos do PS.

Não podemos deixar nunca, por maiores que sejam as dificuldades e por mais sangrentas que sejam as

provocações, que a nossa cultura de tolerância e de acolhimento seja posta em causa por atos terroristas que

são levados a cabo por alguns a quem a simples ideia de liberdade faz com que matem em nome de um

desígnio que pretendem confundir com fé religiosa.

Dizemos aqui, uma vez mais, e sempre que for preciso, que não temos medo dos terroristas e que não nos

deixamos intimidar por atos bárbaros e sem sentido.

Os nossos valores de liberdade e de fraternidade são valores que honraremos, mesmo nos momentos de

mais acirrado combate, tendo também presente que até nas mais experimentadas e sólidas democracias há,

por vezes, desvios, erros graves e crimes cometidos que alguns desejam justificar com os fins que dizem

prosseguir.

A este respeito, chamo a atenção desta Câmara para a importância do recente relatório do Senado dos

Estados Unidos da América sobre a tortura e para a lição de séria autocrítica e de humildade democrática que

nos dá na assunção e procura de correção de gravíssimos erros.

Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Passando agora para a realidade nacional e para a dificílima

situação que o País atravessa, a minha primeira palavra é de perplexidade — perplexidade com o facto de

todos os dias ouvir os nossos governantes e os seus apoiantes aplaudirem o regresso aos mercados como se

isso, por si só, fosse um bem em si mesmo.

Sim, é verdade, regressámos aos mercados. Mas, e depois?

Ainda há poucos meses, o meu líder parlamentar, o meu camarada e amigo Ferro Rodrigues dizia aqui:

«Há dois anos, dizíamos nesta mesma tribuna que a situação económica se agravava e que o desespero

tomava conta de muitas famílias. Já nessa altura tínhamos um Governo dividido e sem credibilidade. O PS

também alertava, já nessa altura, pela voz de António José Seguro, para as consequências da política

orçamental, uma política de bombardeamento fiscal sobre as classes médias e sobre os trabalhadores, uma

política de diminuição dos mínimos sociais que só poderia vir a ter um impacto devastador».

O impacto devastador está aí. O Governo e a maioria parlamentar que o suporta encontraram, numa cisma

constante de querer ajustar contas com o passado da governação socialista, uma fórmula para não terem de

se preocupar com a situação social e económica do povo que aqui representamos.

Sim, porque nunca é demais lembrar que, nesta Casa, se representa o povo e não os tristemente célebres

mercados.

É certo que voltámos aos mercados, mas para o povo que aqui representamos a política de direita resultou

numa drástica e, por vezes, dramática perda de qualidade de vida: perda no emprego, perda na educação,

perda na segurança social e na justiça — perdas que abalam os pilares fundamentais de uma sociedade justa

e decente.

Olhem para o rasto provocado pela governação da direita e deixem lá em paz a tal herança socialista.

Protestos do CDS-PP.

O povo português já julgou a nossa governação há quatro anos, como bem sublinhou há poucos dias,

numa intervenção em Plenário, o meu camarada Alberto Costa, e deu-vos uma maioria para governar. E os

senhores o que fizeram com essa maioria?

Quatro anos a falar da pesada herança já cansam.

Repito a pergunta: o que fizeram os senhores com a maioria? Esta é a pergunta que faço e à qual

respondo, enquanto Deputado do Partido Socialista e representante do povo.

Adotaram e excederam muito o programa de austeridade e de empobrecimento da troica e fizeram dele,

desde 2011, o vosso programa de Governo.

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