O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 40

12

30% na oferta e de 25% na procura. Esta diminuição tem sido, aliás, acompanhada por um acréscimo muito

significativo dos custos do transporte público e dos custos por passageiro transportado. Isto é, as despesas

destas empresas aumentaram, quando analisadas em função dos passageiros transportados, e as receitas

aumentaram muito significativamente.

Consequentemente, os resultados mantiveram-se depois de todo este tempo de intervenção do Governo.

Entretanto, o Governo veio propor-nos a concessão depois de fazer um conjunto de afrontas aos

trabalhadores, nomeadamente no que se refere aos seus direitos adquiridos com as reformas, mas também

em relação a um conjunto de outras situações que se verificam no dia a dia.

Esta fúria privatizadora levou o Partido Socialista a requerer estas apreciações parlamentares e a

apresentar um conjunto de propostas alternativas, que, no fundo, repescam disposições que o Governo incluiu

no anteprojeto do Regime Jurídico do Serviço Público de Transporte de Passageiros.

Estas propostas visam, por exemplo, eliminar as referências ao caráter de exclusividade, dar ao município

as atribuições e competências como entidade concedente, nomeadamente com a habilitação específica para

que o Estado delegue no município os poderes de concedente, os poderes de tutela setorial, os poderes no

âmbito da função acionista do Estado. E esta habilitação, não sendo um imperativo legal para que o Governo

assim o faça, é, sim, uma hipótese, que na prática é uma partilha de competências e de possível transferência

de responsabilidades para o município. Este é o conjunto de propostas que trazemos.

Nesta apreciação, Sr. Secretário de Estado, não posso deixar de fazer uma pergunta relativamente à sua

afirmação sobre a bondade dos swaps. Não estamos a falar apenas do financiamento, da transferência para o

Estado, estamos a falar daquela linha de crédito que ficou no privado, na empresa da qual o senhor era

administrador, sendo que, hoje, quem é responsável por esse swap é o Estado.

Protestos do PSD.

A Sr.ª Carina Oliveira (PSD): — Isto não tem nada a ver com a apreciação parlamentar! Isto é um

bocadinho demais!

O Sr. Paulo Campos (PS): — Sr. Secretário de Estado, responda-nos a esta pergunta: qual é a razão para

que hoje o Estado tenha responsabilidade sobre um swap, sobre uma linha de crédito que não é do Estado e

que está nas mãos de uma empresa privada da qual o senhor era administrador?

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: O principal

ou único objetivo do Governo em matéria de política de transportes é sempre o mesmo — transformar serviços

públicos em negócios privados. Sacrificando o interesse público ou dos grupos económicos, o único

mandamento passa a ser o de acumular os lucros para os distribuir pelos acionistas.

Toda a experiência de privatizações nos transportes públicos traduziu-se num imenso prejuízo para os

utentes e o Orçamento do Estado. Em muitos países europeus foi da pior maneira que se aprendeu a lição.

Agora, o Governo quer impor ao nosso País, mais uma vez, a aplicação da mesma receita de desastre.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — O Governo, agora, quer retomar essas políticas das parcerias público-privadas

(PPP) e aplicá-las aos transportes públicos de Lisboa e do Porto, neste caso à Metropolitano e à Carris.

Os sucessivos Governos do PSD, do CDS e do PS, durante décadas, decidiam as obras e mandavam as

empresas ir à banca endividarem-se para as fazer. O mesmo aconteceu na exploração comercial das

empresas públicas de transportes, com o subfinanciamento crónico, sempre acoberto por dívida. Criaram uma

dívida tão grande nas empresas que hoje, com o investimento praticamente a zero, a dívida cresce já só com

o pagamento dos juros, a usura, a especulação financeira.

Páginas Relacionadas
Página 0011:
22 DE JANEIRO DE 2015 11 Continuava a Sr.ª Ministra das Finanças, então Secretária
Pág.Página 11
Página 0013:
22 DE JANEIRO DE 2015 13 O Governo, com os decretos em apreciação, quer agora impor
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 40 14 É verdade que estas empresas são financeiramen
Pág.Página 14
Página 0015:
22 DE JANEIRO DE 2015 15 O Governo, este ano, no Orçamento para 2015, conseguiu int
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 40 16 Aos municípios cabe um papel central no planea
Pág.Página 16
Página 0017:
22 DE JANEIRO DE 2015 17 encerramento de serviços públicos é a sua marca. Com mais
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 40 18 que a qualidade se mantém; que o investimento
Pág.Página 18
Página 0019:
22 DE JANEIRO DE 2015 19 Sr. Secretário de Estado, acredito e assumo que possa ter
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 40 20 A pergunta que deixo, Sr. Secretário de Estado
Pág.Página 20
Página 0021:
22 DE JANEIRO DE 2015 21 Depois, diz: «Bom, este senhor trabalhava para o privado».
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 40 22 Relativamente ao Decreto-Lei n.º 175/2014, de
Pág.Página 22