O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

29 DE JANEIRO DE 2015

49

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Permitam-me que, antes de mais,

saúde todos os trabalhadores arsenalistas e os seus dirigentes sindicais, bem como o Sr. Presidente da

Câmara Municipal de Almada, que se encontram presentes nas galerias.

O PCP volta a trazer a Plenário esta proposta de reintegração do Arsenal do Alfeite na orgânica da

Marinha, com a extinção dessa sociedade anónima em que o quiseram transformar e manter até hoje.

Voltamos a falar deste assunto hoje e voltaremos a fazê-lo quantas vezes forem precisas.

Não desistiremos de trazer para a agenda do debate as questões da situação e do futuro do Arsenal do

Alfeite.

Não deixaremos que se ignore o caráter estratégico do Arsenal, quer ao nível económico, num sector

produtivo crucial para o País, como é a indústria naval, quer ao nível da defesa nacional, com tudo o que

significa a garantia (ou não) da operacionalidade da Marinha Portuguesa.

Reafirmamos o que tantas vezes têm dito muitos responsáveis da Marinha: não há Arsenal sem a Marinha

e não há Marinha sem o Arsenal. E não aceitaremos esta hipocrisia política de quem procura condenar, a

prazo, o Arsenal a uma espécie de morte lenta e silenciosa de degradação e desertificação.

Desde a passagem do Arsenal a «SA», imposta há cinco anos pelo Governo PS/Sócrates, nada do que foi

prometido até hoje se concretizou. Nada de modernização, nada de investimento, nada de reforço de meios e

capacidades.

Ao longo de anos e anos, o País investiu na formação de técnicos altamente especializados, com um

saber, uma experiência e uma qualidade que «dão cartas» a nível internacional.

Com a passagem do Arsenal a «S.A.», centenas de trabalhadores, mais de metade dos que estavam ao

serviço, foram mandados embora de um serviço onde faziam falta, onde fazem falta ainda hoje!

As carências de pessoal são gritantes e reconhecidas pela própria hierarquia.

Perante esta sangria de profissionais de primeira água, a resposta do Governo e da Administração foi

encerrar a Escola de Formação do Arsenal do Alfeite, onde as admissões tinham sido fechadas já no quadro

do anterior Governo PSD/CDS.

Entretanto, os tais submarinos Arpão e Tridente, que tantos milhões deram a alguns, lá foram direitinhos

para a Alemanha fazer a manutenção no fabricante, em vez de se trazer trabalho para o Arsenal.

O Sr. David Costa (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Enquanto o Governo prometia novos mercados noutros países, foi mandando

a Marinha Portuguesa para estaleiros alemães!

Srs. Deputados, o que está a acontecer é uma vergonha e uma irresponsabilidade, é um crime contra a

economia e a soberania nacional que não pode passar impune.

A Assembleia da República não pode deixar de assumir as suas responsabilidades na resolução deste

problema.

A reintegração do Arsenal na orgânica da Marinha só por si não chega, mas é indispensável e urgente.

É preciso modernizar o Arsenal, restituir-lhe e desenvolver as suas capacidades, retomar a formação e a

renovação dos seus quadros, reabrir a sua escola e dar plenas condições à Marinha para a manutenção da

sua esquadra.

Mas é preciso, antes de mais, colocar um ponto final a esta verdadeira política de traição nacional com que

com que estão a tentar destruir o Arsenal do Alfeite.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para apresentar o projeto de resolução do Bloco de Esquerda, tem a palavra a Sr.ª

Deputada Mariana Aiveca.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, começo por dirigir uma saudação a

todos os arsenalistas e às gentes do concelho de Almada.

Páginas Relacionadas
Página 0050:
I SÉRIE — NÚMERO 42 50 O Arsenal do Alfeite está cada vez mais distan
Pág.Página 50
Página 0051:
29 DE JANEIRO DE 2015 51 O Governo tem de intervir nesta matéria. Não me parece que
Pág.Página 51