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I SÉRIE — NÚMERO 44

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Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Ferro Rodrigues, tem a palavra.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, falemos, então, da dívida pública.

O Sr. Primeiro-Ministro acusa-nos de querermos um modelo em que a dívida pública cresça muito. Ora, Sr.

Primeiro-Ministro, quando o seu Governo iniciou funções, a dívida pública representava 109,3% do PIB e

agora representa 131,3% do PIB. Foi uma grande vitória do seu Governo na dívida pública!…

Aplausos do PS.

Sr. Primeiro-Ministro, também gostava de lhe dizer o seguinte: se as medidas que o Banco Central Europeu

tomou agora, tivessem sido tomadas em devido tempo, em 2010, as consequências sobre as taxas de juro a

que Portugal esteve sujeito no mercado secundário e no mercado primário teriam sido completamente

diferentes. E teria sido completamente diferente o que se passou nestes três anos e meio.

Não aconteceu assim, não só porque o Banco Central Europeu tinha lá dentro a oposição alemã, que,

embora continuasse, foi vencida e ultrapassada, mas também porque, no Conselho Europeu, os países tinham

obrigação de fazer pressão, de se baterem por uma Europa amiga do crescimento, do investimento e do

emprego, e foram, em muitos casos, «mais papistas do que o Papa», mais finlandeses do que a Finlândia,

mais alemães do que a Alemanha. É o seu caso! É o caso do Governo português!

Aplausos do PS.

Sr. Primeiro-Ministro, para terminar, refiro a questão grega.

A questão grega é europeia e portuguesa visto que à volta do tema da Grécia poder-se-ão extremar

posições. Não estamos de acordo com algumas posições de caráter populista do novo Governo grego,…

Vozes do PSD: — Ah!

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — … mas achamos muito mais perigoso que haja a tentação de os falcões

europeus quererem fazer da Grécia uma espécie de vacina contra qualquer mudança na União Europeia e

qualquer vontade democrática e nacional.

É por isso que lhe pergunto muito concretamente, lamentando que não tenha tempo para responder: o que

é que pensa o Governo português fazer contra isto? Apoiar os falcões ortodoxos, que querem a falência da

Grécia, com imprevisíveis consequências sobre a democracia grega ou respeitar…

Protestos do PSD.

Os senhores estão todos muito nervosos! Quando estiverem na oposição terão ocasião de ter essas

manifestações, e não vai demorar muito tempo!…

Aplausos do PS.

Como eu dizia, o Governo vai apoiar os falcões ortodoxos que querem a falência da Grécia, com

imprevisíveis consequências sobre a democracia grega, ou vai respeitar os resultados e aspirações da Grécia

e contribuir para que haja um sério compromisso à volta da Grécia, na Europa e no euro?

O que pensa o Governo português quanto à conferência europeia sobre a dívida, que já foi apoiada pelo

Ministro das Finanças daquele país de que o Sr. Primeiro-Ministro fala tanto como sendo um grande exemplo

de entre os países que estiverem sob assistência, isto é, a Irlanda? Era isto que gostava de saber.

O Sr. Primeiro-Ministro já não tem tempo para responder, mas, como, normalmente, estes debates desse

lado são uma espécie de interpelação sem direito a resposta ao Partido Socialista por parte de todas as

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