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31 DE JANEIRO DE 2015

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bancadas da direita e do Sr. Primeiro-Ministro vão, certamente, ter tempo de, nessas diatribes, responder a

estas perguntas.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — O Sr. Primeiro-Ministro não tem, na verdade, tempo para responder, pelo que tem a

palavra, pelo PCP, o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa para fazer perguntas.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, uma acusação séria que o PCP

continua a fazer a este Governo é a de não assegurar a defesa do interesse nacional. São vários os exemplos

de questões em que o Governo não defende tais interesses, desde a forma como executou obedientemente

todas as imposições da troica à forma como se tem submetido a todo o tipo de condicionamentos que os

grandes grupos económicos e financeiros transnacionais e os países mais poderosos da Europa têm vindo a

fazer.

A forma como reagiu às eleições na Grécia é um exemplo que confirma que o Governo está mais

preocupado em «ficar bem na fotografia» dos grandes interesses económicos do que em defender os

interesses do País.

O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — O Sr. Primeiro-Ministro insiste em classificar de conto de crianças

uma situação em que a proposta de renegociação da dívida pode ganhar força? O Sr. Primeiro-Ministro insiste

em classificar de conto de crianças a proposta de renegociação da dívida, que pode libertar Portugal do

garrote a que hoje o País está sujeito, que pode gerar recursos financeiros de que necessitamos como «pão

para a boca» para uma política económica que ponha Portugal a produzir, que crie empregos, que melhore as

condições de vida? Conto de crianças, Sr. Primeiro-Ministro?! Explique lá a sua conceção.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro para responder.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, é verdade que em quase

todos os debates faz a mesma acusação. Devolvo essa acusação, dizendo que o comportamento do Governo

português tem sido o de defender os interesses dos portugueses e de Portugal e que as ideias que têm sido

propaladas por vários partidos da esquerda portuguesa parlamentar, nomeadamente quando defendem a

renegociação da dívida e, como fizeram no passado, a renegociação do Memorando, não defendem, nem

teriam defendido o interesse nacional. Esta é a minha observação e é exatamente simétrica da sua.

O Sr. Deputado entende que, no caso da Grécia, é necessária uma renegociação da dívida.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Os gregos é que sabem!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Foi o Sr. Deputado que trouxe o caso à colação, não fui eu. Não se importa

que eu agora responda, não é?

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Mas é um conto de crianças?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado trouxe esse caso e, deixe-me dizer, a Grécia renegociou a sua

dívida. Foi o único País na Europa que o fez, foi o único País na Europa que renegociou a sua dívida, que teve

um haircut da dívida e tem condições de pagamento de juros, de carência de juros, de prazo de alongamento

de maturidade para pagamento dos empréstimos que nenhum outro país europeu tem. Ora, isso foi feito à

custa da solidariedade europeia.

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