O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

31 DE JANEIRO DE 2015

17

auditoria que a maioria chumbou. Como tal, julgo que tem algum medo de conhecer exatamente os números

do desemprego!

Sr. Primeiro-Ministro, registo que considera que não há problemas num País que paga, a cada ano, o

equivalente a toda a educação em juros, num País em que a dívida é insustentável. E o Sr. Primeiro-Ministro

vai sair do Governo, vai embora, vai deixar um problema monstro, vai fazer tudo para que o problema se

agrave e não é capaz de assumir responsabilidades.

Por isso mesmo, queria falar-lhe de algo que disse hoje e que, julgo, é profundamente chocante. O Sr.

Primeiro-Ministro, na execução orçamental, fez de conta que não existia o problema dos impostos mas

orgulhou-se dos cortes na despesa. Queria saber de que cortes na despesa é que se orgulha. É porque, três

dias antes de ter morrido uma pessoa sem assistência nas urgências do Hospital de Santa Maria, a diretora

das urgências disse-lhe que não tinha meios.

Há pessoas a morrer nas urgências sem assistência! Cortaram, dizendo que não cortavam na vida das

pessoas e o resultado está à vista. Pergunto-lhe: qual foi a medida que o Governo tomou, nos centros de

saúde ou nos hospitais, para evitar esta situação de calamidade que estamos a viver? Que medida? Que

medida foi aplicada para responder à situação das urgências quando começou o inverno? Ninguém deu conta

de nada, Sr. Primeiro-Ministro. Foi esse o corte na despesa de que se orgulha?

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, a dívida portuguesa é

sustentável. Não subscrevo, não acompanho a sua afirmação. E não estou sozinho, Sr.ª Deputada.

Em segundo lugar, a Sr.ª Deputada disse que as pessoas que morrem nas urgências refletem a

responsabilidade do Governo por reduzir o funcionamento da área da saúde. Deixe-me dizer-lhe que não

existe essa ligação.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Seja sério!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Seja a senhora séria, se fizer favor! Seja a senhora séria, se fizer favor! E não

faça demagogia barata com assuntos sérios! Não faça, que lhe fica mal!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Governo português, nos últimos três anos, colocou mais dinheiro na saúde, mais médicos na saúde e

mais meios na saúde do que qualquer outro até há três anos atrás.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, reitero que há expressões dispensáveis no âmbito da liberdade de

expressão do Parlamento.

Tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, julgo que pedir ao Sr. Primeiro-Ministro, como fez a Sr.ª

Deputada Mariana Mortágua, que seja sério nas suas afirmações é algo que só prestigia a Assembleia da

República, não tem nenhum problema.

Aplausos do BE.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Quem precisa de ser sério são os senhores!

Páginas Relacionadas
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 44 36 A Assembleia da República, reunida em Plenário
Pág.Página 36