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I SÉRIE — NÚMERO 44

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que os juros e os custos de financiamento da Irlanda, de Portugal e de Espanha aumentassem, algo que

significaria atirar ao charco e desperdiçar todos os esforços portugueses.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Bem lembrado!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — O interesse nacional tem de prevalecer sobre solidariedades

partidárias, e é isto que estes partidos ainda não perceberam.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Portugal, de facto, não é a Grécia! Nós estimamos e respeitamos a Grécia, estimamos e respeitamos os

eleitores gregos, que decidiram como muito bem entenderam — estão no seu direito! —, mas factos são

factos: juros da dívida pública grega — 10,5%; juros da dívida pública portuguesa — 2,5%; Portugal teve um

resgate, a Grécia teve dois e vai a caminho do terceiro, se conseguir; a Grécia, neste momento, tem a troica

em Atenas; Portugal, no tempo e no momento próprio, conseguiu deixar de ter a troica em Lisboa, como nos

comprometemos, como sempre dissemos, não caindo nos cantos de sereia da esquerda, que queria mais

tempo e mais dinheiro, esquecendo-se de que isso significa mais juros, mais sacrifícios e mais perda de

soberania, Sr. Primeiro-Ministro. É importante relembrar aqui quem esteve do lado certo da História e quem

esteve do lado errado da História!

Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, cada vez mais há uma divergência entre a realidade e o desejo da oposição.

A realidade é que 1,8 milhões de portugueses com ascendentes ou descendentes a cargo pagarão menos

IRS,…

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … 120 000 famílias deixarão de o fazer, a função pública vai

recuperar 20% do rendimento perdido, será o fim da CES para os pensionistas com pensões até ao valor de

4600 €, haverá aumento do salário mínimo nacional e redução de impostos para as empresas. Porque, sim,

Srs. Deputados, são as empresas que criam postos de trabalho e é através da criação de postos de trabalho

que se pode combater o desemprego.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Sabemos que há aqui Deputados que acreditam no modelo, de resto testado no passado, em que o único

criador de emprego era o Estado, em que o Estado tudo controlava. Não é o nosso caso, não é o caso do

espaço em que nos envolvemos, que é o espaço da União Europeia.

Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, quero dizer o seguinte: há dificuldades? Há, com certeza, nomeadamente

naquilo que deve ser a nossa prioridade, que é descer uma taxa de desemprego que, embora tenha descido

de 17,7% para 13,4%, é ainda alta. Mas a verdade é que o País está a recuperar e, enquanto o País recupera,

mais uma vez, como hoje aqui vimos, a oposição desespera, fica sem discurso. O País fica melhor.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Nuno Magalhães, parece-me muito legítima a

sua observação quanto à omissão do Partido Socialista em matéria orçamental. Mas não é só a do Partido

Socialista, Sr. Deputado. Na verdade, quando o Orçamento do Estado para 2014 foi apresentado no

Parlamento, não houve, na oposição, quem não o entendesse incumprível, irrealizável ou, na medida em que

o fosse, um desastre para o País. E a verdade é que a execução orçamental desmente ambas as visões,

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