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31 DE JANEIRO DE 2015

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como tive ocasião de dizer. Nós conseguimos atingir os nossos objetivos, conseguiremos — é essa a nossa

perspetiva — cumprir o objetivo do défice e, portanto, a retórica de que não acertamos as previsões, de que

não acertamos as metas, de que não cumprimos, sequer, aquilo a que nos propomos é uma retórica que está

completamente desfasada da realidade.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Quantos retificativos apresentaram em 2014?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Cumprimos os objetivos e, quando cumprimos os objetivos, alguma coisa de

errado tem de existir do lado da oposição. Creio que este exercício se torna penoso e não credibiliza a

oposição nem credibiliza o debate político. Nós podemos estar em desacordo com as políticas de um Governo,

mas não podemos dizer que um Governo não tem condições para cumprir um objetivo, ele ser cumprido e não

haver, depois, a admissão desse erro. O Governo cumpriu este objetivo e isso é indispensável para o caminho

que estamos a percorrer.

Todos aqueles que divulgaram o seu pessimismo quanto às projeções que o Governo português

apresentava para o ano de 2015, como aconteceu com a Comissão Europeia, como aconteceu com o Fundo

Monetário Internacional, deverão agora ter em conta os resultados que já foram alcançados e corrigir as suas

perspetivas. Sabemos que, por exemplo, deverá estar para breve a apresentação do relatório da primeira

missão pós-programa, do lado do Fundo Monetário Internacional. Trata-se de um relatório que se reporta à

avaliação que foi feita em finais de outubro do ano passado, quando estes dados ainda não eram conhecidos.

A Comissão Europeia revelou o seu relatório em dezembro, o Fundo Monetário Internacional vai fazê-lo agora

e vai, evidentemente, apontar para uma realidade que não existe, que é a da dúvida sobre se nós temos

condições para atingir um objetivo que atingimos.

O mesmo se passa ao nível das exportações portuguesas. Apesar de sabermos que as condições da

procura externa são piores do que aquilo que se previa há um e há dois anos, as exportações portuguesas

aumentaram e aumentaram as exportações de bens e serviços, ambas acima da taxa de crescimento da

economia, cuja previsão — mantemos — deverá andar muito em torno de 1%, no ano passado. Isto significa,

portanto, que as projeções que tínhamos não eram imprudentes, não foram feitas para mostrar um serviço que

era impossível de realizar. Na verdade, temos conseguido alcançar aquilo a que nos propusemos, e isso devia

ser importante, mesmo para a oposição. É que se a oposição dizia que isso era impossível e que a sua

estratégia era melhor do que a nossa, hoje, evidentemente, deve estar embaraçada por nós termos atingido

aqueles resultados sem o dramatismo que acompanharia, em políticas sociais, o cumprimento dessas metas.

Portanto, Sr. Deputado, julgo importante, até para credibilidade da própria política do sistema político, que

quando é atingido algum resultado importante para o País ele seja reconhecido e se evite esta tentação de

procurar sempre «mas o que é que ali está escondido que a gente ainda possa usar para dizer mal?»

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Bem lembrado!

O Sr. Primeiro-Ministro: — A taxa de desemprego desceu, mas subiu um bocadinho para os jovens —

«péssimo!» Só se fala disso, não se fala do resto.

Passámos três meses com a oposição a dizer que a estratégia económica do Governo tinha falhado por

causa do desemprego. Afinal, não se passou nada com o desemprego, mas a oposição não corrigiu o seu tiro.

Creio que os portugueses também estão atentos a esta situação…

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Bem lembrado!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … e, evidentemente, é para eles que temos, serenamente, de governar e de

apresentar resultados.

O Sr. Deputado chamou também a atenção para uma afirmação do Sr. Ministro das Finanças da Grécia,

relativamente à hipótese de as taxas de juro de Portugal, da Irlanda e da Espanha se poderem agravar no

sentido de, com isso, se tornar mais evidente a necessidade de acolher as propostas que o novo Governo

grego tem apresentado.

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