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31 DE JANEIRO DE 2015

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O Sr. Primeiro-Ministro: — Portanto, Sr. Deputado Ferro Rodrigues, está equivocado: o BCE sempre

interveio, sempre cumprindo o seu papel, defendendo o euro, procurando que a política monetária pudesse ser

eficaz. Mas, Sr. Deputado Ferro Rodrigues, é verdade que não está no mandato do BCE puxar pela economia,

não é esse o objetivo primeiro do BCE, esse é o objetivo da política orçamental e da política económica.

Sr. Deputado, é isso que o Presidente do Banco Central Europeu diz quando apela ao espírito reformista

dos Governos, afirmando «não esperem que seja o BCE a resolver o problema do crescimento da economia.

Façam o vosso papel.» Nós temos estado a fazer o nosso papel…

Protestos do Deputado do PS Ferro Rodrigues.

… e vemos que outros governos…

A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Concluirei, Sr.ª Presidente, dizendo que vemos outros governos,

nomeadamente até de inspiração socialista, como é o caso do governo italiano ou mesmo do governo francês,

que arrepiaram caminho relativamente às suas intenções originais, e estão, de facto, a implementar um

programa, uma agenda de reforma estrutural. E essa reforma estrutural, Sr. Deputado Ferro Rodrigues, é

indispensável para a Europa, para aumentar a nossa resiliência e para permitir que, todos em conjunto,

possamos ter um horizonte de expectativas mais positivo para o crescimento e para o emprego.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para intervir, em nome do PSD, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e

Srs. Deputados, gostaria de começar por falar da Grécia e das eleições do passado domingo para reiterar a

nossa posição de respeito pela expressão da vontade popular dos gregos, em eleições livres e democráticas,

e o nosso desejo de que a Grécia possa, como disse há pouco o Sr. Primeiro-Ministro, empreender um

caminho que tenha como resultado poder superar, a exemplo do que aconteceu em Portugal e na Irlanda, o

período de ajuda externa.

Mas, Sr. Primeiro-Ministro, as eleições, para Portugal, e na leitura que foi feita a partir de Portugal,

trouxeram uma novidade ao debate político português: a de termos visto todos os partidos da oposição — o

Partido Socialista, o Partido Comunista Português, o Bloco de Esquerda — acotovelarem-se nas televisões e

olharem para as câmaras como quem olha para um espelho, perguntando «espelho meu, espelho meu, há

alguém em Portugal mais syrisista do que eu?» Foi mais ou menos aquilo a que assistimos, no domingo à

noite, nas reações dos partidos às eleições da Grécia.

Protestos do PCP e do BE.

Sr. Primeiro-Ministro, é importante assinalar este facto, porque ele tem conteúdo político. Ele tem conteúdo

político! Porque é preciso saber o que é ser syrisista.

Já sabemos que ser syrisista significa constituir um governo que junta forças políticas da extrema-esquerda

e da extrema-direita. É um facto! Portanto, os partidos que se reviram naquele resultado também, com certeza,

se revêm nesta forma de constituir um Governo.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Exatamente!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Também sabemos que há objetivos políticos como a renegociação da

dívida, o aumento imediato e de forma muito significativa do salário mínimo e, portanto, da despesa do Estado,

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