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I SÉRIE — NÚMERO 44

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O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Gostava de responder, mas já não disponho de tempo.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — O Sr. Deputado Ferro Rodrigues disse, e bem, que hoje — de 15 em 15

dias, há umas vezes em que o Partido Socialista fala primeiro que o PSD e há outras em que o PSD fala

primeiro que o Partido Socialista — cabe-nos a nós encerrar o debate e, portanto, não podem responder.

O Sr. Deputado António José Seguro tinha aquele estilo de flash interview no fim dos debates e falava no

corredor, mas eu não vou desafiá-lo a dar-me essa resposta no corredor, porque terá outras oportunidades de

dizer o que pensa o Partido Socialista.

A segunda nota sobre a dívida e a sua sustentabilidade é esta, Sr. Primeiro-Ministro: em Portugal, sabemos

que o PSD e o CDS-PP defendem e consideram que a dívida, que é muito elevada, é sustentável. Defendem

um caminho que assegura essa sustentabilidade, que tem, aliás, sido reconhecido pelos mercados e pelos

nossos credores.

Há, depois, partidos, como o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista, que são pela renegociação da

dívida e, portanto, foram sempre essas as suas opções.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É coerência!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Depois, há um partido que umas vezes é uma coisa e outras vezes é

outra.

Veja, Sr. Primeiro-Ministro, o seguinte: hoje é noticiado que, numa reunião do Partido Socialista realizada

ontem, o Dr. António Costa, líder do Partido Socialista, terá redefinido a mensagem do PS relativamente à

dívida pública, dizendo que, afinal, a dívida é constrangedora do crescimento, mas não é insustentável.

Vozes do PSD: — Ah!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Ora, é preciso, de facto, saber se isto é verdade, porque o mesmo

Deputado João Galamba que há pouco citei dizia, em fevereiro de 2014: «Uma coisa é certa: a dívida é

insustentável e tem de ser assumida por todos e lidada por todos. A modalidade que escolhemos para reduzir

os encargos da dívida em cada país é um assunto para o futuro. Agora, que ela é impagável e, se quisermos,

é um enorme entrave ao crescimento económico disso não tenho a menor dúvida».

Olhe, Sr. Deputado, eu continuo a ter dúvidas sobre aquilo que pensa o Partido Socialista.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro para responder.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Luís Montenegro, felicito-o por esta sua muito

bem-sucedida recordatória relativamente a posições bastante contraditórias que vêm sendo expendidas por

alguns partidos e, em particular, pelo que lidera a oposição.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Só lidera aquela bancada!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É líder só daquela bancada!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Na verdade, têm toda a razão. Não queria fazer uma avaliação de mérito. Mas

retifico: o maior partido da oposição. Realmente, às vezes, não basta ser o maior para liderar.

Risos.

Por falar em retificações, queria também fazer uma retificação sobre uma matéria que há pouco referi. A

propósito de um relatório sobre saúde na Europa, referi que Portugal estaria em sétimo lugar. Não é verdade,

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