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I SÉRIE — NÚMERO 53

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Depois, tem uma outra esperança, de que falou aqui, que tem a ver com o contributo da procura externa

para o PIB. Mas, Sr. Primeiro-Ministro, que más notícias, não é? É que esse contributo é negativo! Já reparou

na evolução? É que as exportações não aumentaram tanto como as importações; as importações aumentaram

mais. O modelo de economia que nos prometia com a austeridade, de facto só trouxe a pobreza e, quando

olhamos para o contributo da procura externa, verificamos que o mesmo é negativo no PIB. Sr. Primeiro-

Ministro, esse é mais um número que está errado no debate de hoje, e era bom que tivéssemos debates com

números certos.

Há, depois, uma outra questão que queria abordar, muito brevemente, porque julgo que era bom ouvir uma

palavra do Sr. Primeiro-Ministro sobre isso. Ouviu, certamente com tanta preocupação como eu, os

acontecimentos ocorridos na esquadra de Alfragide e o facto de cidadãos terem sido agredidos e insultados

numa esquadra de polícia em Portugal. Certamente, concorda, como eu, que, num Estado de Direito, qualquer

cidadão tem de poder deslocar-se às esquadras com toda a confiança.

Há um pormenor que, julgo, deve merecer a sua condenação firme, e espero que a faça hoje aqui — estou

a dar-lhe essa oportunidade. Está em curso um inquérito — e ainda bem, tem de estar em curso —, mas a

verdade é que o porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa veio tentar justificar uma ação de violência e

racismo policial, falando de um assalto a uma esquadra. Esse assalto à esquadra teria sido perpetrado por

dirigentes de uma associação de moradores, que a Assembleia da República já premiou pela sua defesa dos

direitos humanos e que se dirigiram à esquadra, desarmados, para saber o que se estava a passar.

A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Vou concluir, Sr.ª Presidente.

Ora, o facto de o Comando Metropolitano de Lisboa tentar arranjar uma desculpa sem qualquer prova é um

problema gravíssimo e que cria uma instabilidade que não podemos permitir no nosso Estado de Direito.

Assim, espero que também possamos ter uma palavra firme sua a esse respeito hoje, aqui.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, percebo que a Sr.ª Deputada

se envolveu tanto na sua história ficcional que, depois, compõe elementos do seu discurso com coisas que

não existem e, portanto, aumenta a ficção.

Na verdade, Sr.ª Deputada, não existe no Governo português — nunca existiu nestes anos — nenhuma

disposição de atacar a Grécia. Pelo contrário, temos sempre procurado, ao nível europeu, dar as condições

que é possível dar para que a Grécia possa resolver os seus problemas e manter-se dentro da zona euro.

O Sr. Jorge Fão (PS): — Sempre ao lado da Grécia!…

O Sr. Primeiro-Ministro: — É isso que todos nós temos vindo a fazer.

E a ajuda que foi prestada à Grécia, repetidamente, teve esse propósito, Sr.ª Deputada. A Sr.ª Deputada

pode é achar que ela foi prestada melhor ou pior, ou que o Programa teve mais ou menos sucesso —

manifestamente não teve sucesso, porque já lá vão dois e uma reestruturação de dívida e ainda não

conseguiram resolver o problema. Portanto, é evidente que há um problema.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Ah!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Também temos dito que esse é um problema muito singular dentro da Europa.

E essa é a razão por que, mesmo países que tiveram circunstâncias muito difíceis, como, por exemplo, os

Países Bálticos, que fizeram processos de ajustamento sem ajuda e com grande dificuldade, ou outros países,

como os casos da Eslováquia ou da Eslovénia, que têm um rendimento per capita muito inferior ao da Grécia,

e que, no entanto, suportam transferências para a Grécia, fizeram um esforço muito grande de

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