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6 DE MARÇO DE 2015

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Tantas e tantas vezes, o discurso dos «brandos costumes» esconde, por detrás da sua candura, a

existência de «brancos costumes».

Compete aos partidos, ao Governo, às autoridades que estão no terreno responder a uma sensação,

insuportável, que existe em tantos bairros da periferia, que atinge tantas pessoas, particularmente tantos e

tantas jovens das grandes cidades.

Pela nossa parte, estamos empenhados neste debate, que é para nós fundamental, na defesa da

democracia e dos direitos fundamentais.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Sr.ª Deputada, pergunto se pretende responder em conjunto ou

separadamente aos Deputados que se inscreveram para lhe fazerem pedidos de esclarecimento.

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Responderei em conjunto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Muito bem, Sr.a Deputada.

Tem, então, a palavra, para formular esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Celeste Correia.

A Sr.ª Celeste Correia (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Cecília Honório, começo por saudá-la por ter

trazido a Plenário este tema, que é, de facto, importante.

Não lhe vou colocar nenhuma questão, vou tecer somente duas ou três considerações, para as quais pedia

o seu comentário.

Há princípios que, penso, todos e todas aqui defendemos: a autoridade deve ser exercida de forma justa,

equilibrada e proporcionada; os comportamentos desviantes, sejam de quem forem, devem ser castigados na

justa medida, sem paternalismos. O que não se pode castigar é a cor da pele.

De facto, Sr.as

e Srs. Deputados, demasiadas vezes, os ciganos, os moradores da Cova da Moura, da

Amadora, em geral, da Bela Vista, em Setúbal, e de outras Covas da Moura são revistados, encostados à

parede, deitados no chão, sejam jovens, mulheres, crianças ou velhos.

Medo — este é o problema, esta é a palavra que consubstancia uma realidade complexa.

Por um lado, creio que os agentes de segurança não podem viver com medo de entrar nos bairros mais

desfavorecidos, com receio da retaliação das populações, porque são corridos à pedrada. E, porque são

corridos à pedrada, reagem de forma desproporcionada.

Por outro lado, e principalmente, como disse a Sr.ª Deputada, e bem, os jovens e as crianças das muitas

Covas da Moura que existem por este País não podem crescer na angústia, na raiva de serem humilhados, no

ódio às forças de segurança e, por extensão, a toda e qualquer autoridade, por exemplo, na escola, ao

professor. Têm o direito de crescer em paz, em segurança, têm o direito de ter as mesmas oportunidades

nesta terra, que também é deles; não conhecem outra, e não têm tido essas oportunidades na justa medida.

As forças de segurança sabem que não podem combater o tráfico de droga, roubos, etc., estigmatizando

alguns cidadãos, sejam eles estrangeiros ou nacionais. As forças de segurança sabem que têm uma missão

nobre: defender todas as pessoas e bens, qualquer que seja a cor, a religião ou a cultura.

O País, hoje, não é homogéneo; há diversidade, e bem. A diversidade é fator de riqueza e é uma

componente da liberdade, por isso forças de segurança e cidadãos precisam de perder o medo uns dos

outros, precisam de confiar uns nos outros. Confiança — esse é o caminho que defendemos.

Era para isto que lhe pedia um comentário, Sr.ª Deputada.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Carlos Peixoto para pedir

esclarecimentos.

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