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I SÉRIE — NÚMERO 59

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Homem discreto e delicado, queria ser recordado ‘(…) como um simples acompanhador de fados e

guitarradas», mas foi um virtuoso que, durante mais de cinco décadas, graças ao seu talento e à sua

generosidade, permitiu «que outros brilhassem’.

A 7 de junho de 2005, foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural, atribuída pela Câmara Municipal de

Cascais, e, em 2012, com a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores, como forma de

reconhecimento pelo trabalho de décadas ao serviço da dignificação da música portuguesa que muito lhe

deve.

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, presta a devida homenagem a Fernando Alvim e

envia sentidas condolências à sua família, aos seus amigos e companheiros na música e no canto».

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar o voto que acabou se ser lido.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Srs. Deputados, o voto n.º 257/XII (4.ª) — De pesar pelo falecimento do ex-Deputado de Amadeu Ferreira

(PS, PSD e CDS-PP) vai ser lido pelo Sr. Secretário Raúl de Almeida.

O Sr. Secretário (Raúl Almeida): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor: «Foi com

pesar e profunda consternação que a Assembleia da República tomou conhecimento do falecimento, no

passado dia 1 de março, de Amadeu Ferreira, um dos principais responsáveis pela promoção do mirandês.

Nascido em Sendim, Miranda do Douro, em julho de 1950, Amadeu Ferreira era o Presidente da

Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa.

Depois de exercer as funções de jurista, foi diretor, membro do Conselho Diretivo e Vice-Presidente da

Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, tendo, nas palavras do seu Presidente Carlos Tavares, dado

‘(…) o contributo essencial para a tornar na instituição respeitada que é’ durante os 23 que aí trabalhou.

Autor e tradutor de uma vastíssima obra em português e em mirandês, também com os pseudónimos

Francisco Niebro, Marcus Miranda e Fonso Roixo, Amadeu Ferreira deixa um imenso legado, que inclui a

tradução para o mirandês de Os Quatro Evangelhos, de Os Lusíadas, da Mensagem ou de obras de Horácio,

Vergílio e Catulo, entre outros.

Seus são também La bouba de la Tenerie, Cuntas de Tiu Jouquin, Lhéngua Mirandesa — Manifesto an

Forma de Hino e Ditos Dezideiros/Provérbios Mirandeses.

Deputado à Assembleia da República (na II Legislatura), Presidente da Academia de Letras de Trás-os-

Montes, Membro do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Bragança e Professor Convidado da Faculdade

de Direito da Universidade Nova de Lisboa, foi, igualmente colaborador de diversos órgãos de comunicação

social, como o Jornal do Nordeste, o Mensageiro de Bragança, o Diário de Trás-os-Montes, o Público e a rádio

Mirandum FM.

Homem de convicções e princípios, foi, em 2004, agraciado com a Comenda da Ordem do Mérito da

República Portuguesa, pelas mãos do Presidente da República Jorge Sampaio.

Associado ao reconhecimento oficial de direitos linguísticos da comunidade mirandesa, Amadeu Ferreira

deixa uma marca indelével na valorização do imenso património mirandês, constituindo a sua morte uma

perda irreparável para a cultura nacional.

Na sua biografia, obra póstuma, Belheç-Velhice, lançada ontem na Faculdade de Direito da Universidade

Nova de Lisboa, pode ler-se, pela mão do seu pseudónimo Fracisco Niebro, que «(…) Há um tempo para

nascer e um tempo para morrer. A alma não pode voar para o céu. Se assim fosse, como podiam nascer

coisas novas? Essa é a ressurreição das almas: são vidas novas, é tudo o que vive. É por isso que fazem mal

em sepultar as pessoas no cemitério: deviam enterrá-las pelos campos para ajudar as almas a nascer. Assim,

Deus, seja lá ele quem for, tem muito mais trabalho».

A Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pela morte de Amadeu

Ferreira, expressando a sua consternação às gentes e ao município de Miranda do Douro, e enviando sentidas

condolências à sua família.»

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar o voto que acabou se ser lido.

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