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I SÉRIE — NÚMERO 68

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Não o preocupa a crise estrutural do investimento em Portugal? Não o preocupa como vai deixar o País,

sem perspetivas de crescimento em relação ao futuro?

É isso que lhe pergunto.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra para responder.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado, deixe-me dizer-lhe que não me queixei de

estatística nenhuma. O Sr. Deputado não me deve ter ouvido bem ou, então, não me terei expressado

corretamente. Não me lembro de me ter queixado de estatísticas nenhumas.

Observei o comportamento que elas têm, e isso tem de ser feito, não podemos fazer de conta.

O Sr. Deputado disse «há três meses consecutivos que o desemprego aumenta». Ora, Sr. Deputado, só

agora é que o INE veio dizer isso! Só agora, Sr. Deputado! O último dado que o Instituto Nacional de

Estatística tinha não era esse.

Portanto, Sr. Deputado, o que se passou foi uma coisa que toda a gente já entendeu: o Instituto Nacional

de Estatística fez uma correção — é normal, nas estatísticas, fazerem-se correções. As correções desta

magnitude têm de ter uma explicação, e essa explicação tem de ser importante para avaliar as decisões

políticas que vamos tomar. Foi só isso que eu disse!

Espero que o Sr. Deputado não esteja contra esta observação que fiz, porque ela me parece de meridiano

bom senso.

Mas disse o Sr. Deputado: «Bem, os resultados que o Sr. Primeiro-Ministro aqui apresenta representam

uma miragem de recuperação!» Mais uma vez, fala do desemprego e, agora, fala do que terá caído o PIB em

2012.

Ó Sr. Deputado Ferro Rodrigues, o que o PIB caiu em 2012 não invalida nada, rigorosamente nada do que

foi a recuperação em 2014 e do que será a recuperação em 2015. Não invalida nada!

Quer dizer, enquanto o Sr. Deputado acha interessante ir buscar os números de 2012 para poder dizer que

a situação é péssima, eu vou buscar os números não de 2012, mas de 2014 e de 2015, que mostram que a

recuperação está a avançar em Portugal. E isso interessará muito mais aos portugueses do que saber qual foi

a correção estatística de 2012.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem, ainda, a palavra o Sr. Deputado Ferro Rodrigues.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o senhor só gosta de percentagens,

não gosta de valores absolutos. O que é importante, o que as pessoas comem são os valores absolutos, não

são percentagens! Ninguém almoça, nem janta percentagens, Sr. Primeiro-Ministro!

Protestos do CDS-PP.

Sr. Primeiro-Ministro, não posso deixar de lhe colocar a seguinte questão: no último debate que aqui

tivemos, garantiu que não havia lista VIP nenhuma na Autoridade Tributária.

Ontem, a Comissão Nacional de Proteção de Dados revelou não apenas que existia uma lista VIP, como

ela era muito restrita, tinha o Sr. Presidente da República, o Sr. Primeiro-Ministro, o Ministro Paulo Portas e o

Secretário de Estado Paulo Núncio — curiosamente, não tinha a Ministra das Finanças, sabe-se lá porquê! —

e que, além de mais, havia um total laxismo no acesso a todos os dados dos contribuintes, por meios

informáticos e havia, desde há não sei quantos meses, das direções de serviços de informática, de auditoria,

de segurança, um conjunto de e-mails e de trocas de informação sobre esta questão, de que toda a gente

sabia, menos o Governo.

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