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I SÉRIE — NÚMERO 72

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sentimentos e as paixões que ditam a nossa história individual e coletiva, nas conquistas e nas derrotas. Mas

queria fazê-lo de forma simples, pois considerava que ‘ser simples quer também dizer ser claro, e ser claro é

trazer à superfície o que é mais profundo’.

Contrariamente ao que muitas vezes se afirmou e apesar do reconhecimento internacional, Manoel de

Oliveira sempre sofreu com a pouca visibilidade da sua obra em Portugal. Nunca perdia uma oportunidade

para o afirmar. Aquando da celebração dos seus 100 anos, lamentava que se falasse mais da sua idade do

que dos seus filmes. Mas nunca aceitou limitações à sua liberdade criativa, nem à dos seus colegas cineastas.

Considerava que o trabalho de um realizador é essencialmente um ‘ato ético’, logo, não negociável.

Mas o cinema era também o que o mantinha em vida: ‘Deixar de trabalhar é morrer, se me tiram o cinema

morro’, dizia para explicar a sua longevidade.

A sua última obra foi a curta-metragem O Velho do Restelo, que estreou no dia em que completou 106

anos, a 11 de dezembro de 2014.

A Assembleia da República, reunida em Plenário, presta a devida homenagem ao mestre que, com a sua

arte, tanto deu ao País e apresenta à sua família e amigos as mais sinceras condolências.»

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos proceder à votação deste voto de pesar.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Vamos agora passar à leitura do voto n.º 267/XII (4.ª) — De pesar pelo falecimento de José da Silva Lopes,

economista, ex-Deputado ex-Ministro e ex-Governador do Banco de Portugal (PS, BE, PCP, PSD, CDS-PP e

Os Verdes).

O Sr. Deputado Duarte Pacheco vai proceder à leitura do voto.

O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Faleceu na quinta-feira, dia

2 de abril, aos 82 anos, José da Silva Lopes.

Natural de Ourém, da freguesia de Seiça, José da Silva Lopes foi um dos mais proeminentes economistas

portugueses do século XX.

Licenciado em Economia e Finanças, pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, veio a

iniciar uma brilhante carreira profissional no Ministério da Economia, em 1955. Enquanto técnico do Ministério

da Economia desempenhou um papel ativo nas negociações para a entrada de Portugal na Associação

Europeia de Comércio Livre — EFTA e no Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comércio, entre 1955 e

1969.

Em 1965 tem a sua primeira passagem pela banca privada, enquanto Consultor do Banco Lisboa & Açores.

Uns anos mais tarde, veio a integrar o Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos, cargo que

ocupou entre 1969 e 1974, dirigindo, simultaneamente, o Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério

das Finanças. Foi também Chefe-Adjunto das negociações do Acordo de Comércio Livre com a CEE —

Comunidade Económica Europeia, de 1972.

Foi Governador do Banco de Portugal, cargo que ocupou entre 1975 e 1980.

Integrou os primeiros quatro governos do pós-25 de Abril, entre maio de 1974 e agosto de 1975, exercendo

os cargos de Secretário de Estado das Finanças, Ministro das Finanças e Ministro do Comércio Externo. Foi,

ainda, Ministro das Finanças e do Plano no III Governo Constitucional, em 1978.

Foi Consultor da Caixa Geral de Depósitos entre 1980 e 1991.

Administrador e Representante de Portugal junto do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento,

entre 1991 e 1993, foi também Consultor ocasional do Banco Mundial, tendo chefiado ou participado em

missões desse Banco que estudaram e fizeram recomendações sobre problemas do setor bancário e

financeiro na Turquia, em Marrocos, na Tunísia, na Argélia, no Egito, na Jugoslávia, na Polónia, na Hungria,

na Bulgária, na República Popular da China, nas Filipinas, na Colômbia, no Gana, na Serra Leoa, em Angola e

no Quénia.

Foi Deputado à Assembleia da República entre 1985 e 1987, eleito nas listas do Partido Renovador

Democrático.

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