O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

30 DE MAIO DE 2015

31

financeira — e já está! Acabam-se os problemas da banca privada, os contribuintes podem dormir

descansados, nunca mais serão chamados a pagar os desmandos dos banqueiros!

Sr.ª Deputada, isto é uma ilusão perigosa, uma ilusão que mantém o sistema bancário em mãos privadas e

permite que os bancos continuem a ser usados como veículos para a concentração de capital e para a

reconstituição dos grupos económicos e financeiros, sem nenhuma garantia de estarem ao serviço do País e

de que as suas práticas não acarretem de novo custos para o povo português.

Sr.ª Deputada, a gestão privada dos bancos tem um custo elevadíssimo para os portugueses. Depois do

BPN, do BPP, do BCP e do Banif, temos agora uma intervenção do Estado no BES/Novo Banco, que poderá

custar milhares de milhões de euros ao erário público.

Já foram «enterrados» no Novo Banco 3900 milhões de euros, sem qualquer garantia de retorno. Mas isto

não é tudo, Sr.ª Deputada. O Governo decidiu ainda conceder, pelo menos, 445 milhões de euros de

benefícios fiscais ao Novo Banco e recusa-se a dizer quanto foi exatamente o valor desta benesse.

Acresce a isto a exposição da Caixa Geral de Depósitos ao BES em centenas de milhões de euros, que

dificilmente serão recuperados, mesmo parcialmente.

Sr.ª Deputada, quem paga tudo isto? Quem paga estes milhares de milhões de euros?

Por opção da coligação PSD/CDS, e também do PS, são sempre os contribuintes a pagar. São sempre os

contribuintes!

Mas, Sr.ª Deputada, não tem de ser assim. O PCP traz hoje à discussão uma proposta para que sejam os

ativos do Grupo Espírito Santo e do BES, assim como os bens e os ativos detidos, direta ou indiretamente, por

membros do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo, a responder pelo passivo e prejuízos que venham a

ser identificados no Novo Banco, ativos e bens que devem ser imobilizados ou cujas vendas devem ser

revertidas para que não sejam os portugueses, uma vez mais, a pagar pelos prejuízos mas, sim, o património

do Banco e do Grupo e de quem deles beneficiou.

Sr.ª Deputada, o que é que o CDS tem a dizer sobre esta proposta?

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — É não!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Quem querem pôr a pagar os prejuízos do Novo Banco? Os portugueses, os

seus salários, pensões de reforma e impostos ou os responsáveis pelo descalabro do BES e o seu

património?

O PCP, Sr.ª Deputada, sabe exatamente de que lado está e afirma a sua opção com clareza: os interesses

dos portugueses e do País estão acima dos interesses dos banqueiros. Qual é a opção do CDS?

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Para responder, se assim o entender, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Cecília Meireles.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Deputado Paulo Sá, para que não fique nenhuma dúvida, o CDS

é contra a nacionalização de todo o sistema financeiro. Não me parece que haja alguma dúvida. Só mesmo

por retórica é que pode ser feita a pergunta, porque nenhuma dúvida há sobre essa matéria.

E explico-lhe porquê: é que esta não é uma posição sem motivo e há, de facto, uma diferença fundamental

em relação ao PCP. O PCP, que defende a nacionalização de todo o sistema financeiro, dificilmente consegue

prová-la na prática. Aliás, os exemplos que há nessa matéria não são nada felizes — não é por acaso que o

PCP jamais os cita —, porque, na realidade esses modelos levam a que haja uma banca que não está ao

serviço nem do País e muito menos do povo. Esses exemplos de nacionalização funcionaram mal.

E não deixa de ser interessante que quem critica os conglomerados também não veja que a nacionalização

de todos os principais meios produtivos e da banca levem a um megaconglomerado que dificilmente servirá as

empresas privadas que restam, que são naturalmente muito poucas.

O Sr. Deputado acusou-me de vender ilusões e de dizer que estas propostas resolvem todos os problemas.

Sr. Deputado, não conheço nada na vida que resolva todos os problemas. Essas ilusões, normalmente, vêm

da sua bancada, não daqui. Aquilo que reconheço é que alguma legislação, alguma regulamentação, algum

Páginas Relacionadas
Página 0005:
30 DE MAIO DE 2015 5 Projeto de lei n.º 962/XII (4.ª) — Reforça as obrigações de su
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 93 6 Em maio do ano passado, Joaquim Goes, administr
Pág.Página 6
Página 0007:
30 DE MAIO DE 2015 7 Propomos alargar a exigência de registo no Banco de Portugal a
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 93 8 Aplausos do BE. A Sr.ª Pre
Pág.Página 8
Página 0009:
30 DE MAIO DE 2015 9 experiência acumulada por esta autoridade na supervisão dos au
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 93 10 nesta matéria e estabelece regras que contribu
Pág.Página 10
Página 0011:
30 DE MAIO DE 2015 11 de auditorias de contas por revisores oficiais de contas. Aqu
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 93 12 Um erro, percebemos, Sr. Presidente, agora, o
Pág.Página 12
Página 0013:
30 DE MAIO DE 2015 13 O Sr. JoãoOliveira (PCP): — Não, Sr. Presidente! O PSD acabou
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 93 14 não, não deveria ser reconduzido, porque houve
Pág.Página 14
Página 0015:
30 DE MAIO DE 2015 15 Aplicam-se as regras da incorporação de ativos em outras soci
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 93 16 A primeira pergunta que gostaríamos de lhe col
Pág.Página 16
Página 0017:
30 DE MAIO DE 2015 17 Agora, não andem permanentemente a «lavar as mãos» das respon
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 93 18 De facto, aquilo que se passou foi uma auditor
Pág.Página 18
Página 0019:
30 DE MAIO DE 2015 19 A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Gostaríamos, porve
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 93 20 Essa é uma discussão que merece ser tida, mas
Pág.Página 20
Página 0021:
30 DE MAIO DE 2015 21 O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Apresentámos ainda, numa iniciati
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 93 22 existência de meios próprios do Banco de Portu
Pág.Página 22
Página 0023:
30 DE MAIO DE 2015 23 integrados num sistema financeiro europeu e mundial e é dentr
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 93 24 Agradecia que houvesse um pouco mais de silênc
Pág.Página 24
Página 0025:
30 DE MAIO DE 2015 25 O Sr. João Oliveira (PCP): — Depois têm de recorrer a
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 93 26 década de 80, e temos todos de ter consciência
Pág.Página 26
Página 0027:
30 DE MAIO DE 2015 27 Em segundo lugar, a implementação de medidas restritivas e im
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 93 28 potenciais com este processo. O PSD mudou-lhe
Pág.Página 28
Página 0029:
30 DE MAIO DE 2015 29 Aplausos do PSD e do CDS-PP. Há esta fron
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 93 30 técnicos do Banco de Portugal nas instituições
Pág.Página 30
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 93 32 controlo, onde ele for necessário, pode, sim,
Pág.Página 32
Página 0033:
30 DE MAIO DE 2015 33 Pausa. O quadro eletrónico regista 203 presença
Pág.Página 33
Página 0046:
I SÉRIE — NÚMERO 93 46 Submetido à votação, foi aprovado, com 182 vot
Pág.Página 46
Página 0047:
30 DE MAIO DE 2015 47 Faz tudo parte deste sistema, deste modelo que consideramos q
Pág.Página 47
Página 0048:
I SÉRIE — NÚMERO 93 48 O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Entra p
Pág.Página 48
Página 0049:
30 DE MAIO DE 2015 49 novos colapsos bancários como o do BPN ou como o do BES e com
Pág.Página 49
Página 0050:
I SÉRIE — NÚMERO 93 50 Protestos da Deputada do CDS-PP Cecília
Pág.Página 50
Página 0051:
30 DE MAIO DE 2015 51 O Bloco, neste debate, uma vez mais, provou que gosta de mesc
Pág.Página 51
Página 0052:
I SÉRIE — NÚMERO 93 52 O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Presidente, é p
Pág.Página 52
Página 0053:
30 DE MAIO DE 2015 53 A Sr.ª Vera Rodrigues (CDS-PP): — É inevitável que falemos do
Pág.Página 53
Página 0054:
I SÉRIE — NÚMERO 93 54 O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Tenho, ago
Pág.Página 54
Página 0055:
30 DE MAIO DE 2015 55 O reconhecimento das falhas não nos deve impedir também o rec
Pág.Página 55