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I SÉRIE — NÚMERO 93

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controlo, onde ele for necessário, pode, sim, resolver e mitigar alguns problemas. Mas não conheço nenhuma

solução mágica que impeça em absoluto tudo de correr mal. Isso, pura e simplesmente, não existe, e muito

menos a nacionalização da banca.

Não é por acaso que o Sr. Deputado não consegue apontar um único exemplo de um único País em que

tenha havido nacionalização da banca e que isso tenha resolvido todos os problemas; pelo contrário, criou

problemas muitíssimo piores do que aqueles que estava a tentar resolver.

Em relação ao património, Sr. Deputado, grande parte do património do BES passou, de facto, para o Novo

Banco. Não sei se o Sr. Deputado quer agora que ativos tóxicos passem também a transitar para o Novo

Banco. Não me parece aconselhável!

Há uma realidade que o Sr. Deputado jamais conseguirá escamotear: a nacionalização, que é aquilo que o

senhor defende, leva a que se nacionalizem, de facto, prejuízos, porque é inevitável que assim seja. Não é

possível nacionalizar apenas lucros, sobretudo porque estamos a nacionalizar um banco com dificuldades. É

óbvio que se o património que lá está chegasse para manter o banco em são funcionamento não teria sido

preciso nem nacionalização, nem resolução, nem nada.

Por último, a resolução defende, de facto, os interesses dos contribuintes.

Pergunta o Sr. Deputado: quem paga? O sistema financeiro, através do Fundo de Resolução, como é

óbvio, que paga, em primeiro lugar, os acionistas do BES e do GES, que ficam sem a sua propriedade e sem

os ativos que valiam dinheiro, que foi aquilo que aconteceu. Paga, em segundo lugar, os credores

subordinados dessas empresas, que também ficam sem o património que garantia os seus créditos.

O Sr. João Oliveira (PCP): — E a imobilização dos ativos?

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Os ativos interessantes já passaram para o banco, Sr. Deputado.

Não é, pura e simplesmente, possível fazer aquilo que os senhores querem, que é nacionalizar tudo, os

daquele banco, os de outros bancos e os de quase todas as empresas de Portugal. É o vosso modelo!

Protestos do PCP.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Que disparate!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — E não é por acaso que começam a gritar sempre que são

confrontados com essa realidade. É para disfarçar o facto de ela ser verdadeira.

Srs. Deputados, não é por acaso que os senhores não são capazes de dar um único exemplo.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Já se percebeu que não quer dizer nada!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — São capazes de berrar muito, mas não são capazes de dar um

exemplo, porque todos os exemplos que têm de países onde isto foi feito conduziram à miséria dos povos.

Essa é que é a verdade!

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Srs. Deputados, como sabem, as votações regimentais estão

marcadas para as 12 horas. Procurei saber se haveria algum consenso em termos de deixarmos chegar este

debate até ao seu final. Como esse consenso não existe, vamos proceder às votações regimentais.

Queria também referir que nas votações que vão ter lugar a matéria que está a ser discutida neste

momento deixará de estar considerada.

Srs. Deputados, vamos entrar no período regimental de votações.

Antes de mais, vamos proceder à verificação do quórum de deliberação, utilizando o sistema eletrónico.

Os Srs. Deputados que, por qualquer razão, não o puderem fazer terão de o sinalizar à Mesa e depois

fazer o registo presencial, para que seja considerada a respetiva presença na reunião.

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