O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

27 DE JUNHO DE 2015

19

São estas as perguntas que não posso deixar de lhe colocar, Sr. Secretário de Estado.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado

Paulo Sá.

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado do Orçamento, a perspetiva do Governo

relativamente à elaboração dos Orçamentos do Estado — e já lá vão 12, incluindo retificativos — é sempre a

mesma. Primeiro garantem-se as verbas para favorecer o grande capital, só depois é que se vê o que sobra

para o povo e para o País.

Primeiro, o Governo garante as verbas para pagar os juros da dívida pública, para pagar as parcerias

público-privadas, para suportar os inúmeros benefícios fiscais concedidos aos grupos económicos e

financeiros, para reduzir os impostos às grandes empresas, para pagar swaps especulativos.

Depois, logo se vê se o que sobra chega para pagar salários, pensões, prestações sociais ou para financiar

as funções sociais do Estado. E como não chega, Sr. Secretário de Estado, despedem-se trabalhadores,

liquidam-se direitos sociais e laborais, corta-se no Serviço Nacional de Saúde e na escola pública, aumentam-

se os impostos que recaem sobre os trabalhadores e o povo.

O PCP defende uma perspetiva diametralmente oposta.

Há que definir medidas para garantir a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e do povo e o

desenvolvimento económico e social do País e há que encontrar os meios necessários para as concretizar.

É preciso garantir os salários e as pensões, as prestações sociais, o financiamento adequado das funções

sociais do Estado, a manutenção dos serviços públicos, o investimento público.

E é possível encontrar as verbas necessárias, eliminando rendas, privilégios e benesses do grande capital,

por via da renegociação da dívida pública, da reversão das parcerias público-privadas, da eliminação dos

benefícios fiscais dos grandes grupos económicos e das grandes empresas e da adoção de uma política fiscal

que tribute de forma adequada o grande capital.

Sr. Secretário de Estado, com esta proposta de lei o que o Governo quer é ir mais longe na

institucionalização da sua perspetiva orçamental de favorecimento do grande capital à custa dos direitos e dos

rendimentos dos trabalhadores e do povo.

Não há nesta proposta de lei uma única medida, uma única norma que ponha fim aos benefícios dos

grandes grupos económicos e financeiros. Não há uma única medida que impeça, por exemplo, que o

Governo continue a atribuir benefícios fiscais de 445 milhões de euros, como fez com o Novo Banco, de forma

ilegal, obscura e sem ter ainda prestado todos os esclarecimentos sobre essa matéria.

Pedia-lhe, Sr. Secretário de Estado, que aproveitasse a sua presença hoje aqui para dar os

esclarecimentos sobre esse perdão fiscal ao Novo Banco, dizendo qual é o seu montante exato, quais os

impostos que foram perdoados e a coberto de que normas e leis. E diga, Sr. Secretário de Estado, onde é que

esta Lei de Enquadramento Orçamental proposta pelo Governo põe fim a essas mordomias à banca e ao

grande capital.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Secretário de Estado, o que o Governo pretende é condicionar a elaboração

dos futuros orçamentos do Estado, impondo como único caminho a continuação do favorecimento dos grandes

interesses económicos e financeiros à custa dos trabalhadores e do povo.

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra, igualmente para pedir esclarecimentos, o Sr.

Deputado Pedro Filipe Soares.

Páginas Relacionadas
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 104 4 A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Srs. Memb
Pág.Página 4
Página 0005:
27 DE JUNHO DE 2015 5 Devo, aliás, sublinhar que, em todas as matérias sobre as qua
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 104 6 Emblematicamente, hoje estamos aqui para trata
Pág.Página 6
Página 0007:
27 DE JUNHO DE 2015 7 A Sr.ª Ministra da Justiça: — O que aconteceu foi rigorosamen
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 104 8 Assuma aqui que produziu um erro político que
Pág.Página 8
Página 0009:
27 DE JUNHO DE 2015 9 O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Vou concluir, Sr.ª Preside
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 104 10 destinadas à proteção de vítimas de crimes es
Pág.Página 10
Página 0011:
27 DE JUNHO DE 2015 11 numa língua que compreenda; inova-se quanto à comunicação, r
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 104 12 Importa dizer, em primeiro lugar, que a quest
Pág.Página 12
Página 0013:
27 DE JUNHO DE 2015 13 que, a meu ver, só podem ter justificação em consciência pes
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 104 14 O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
Pág.Página 14
Página 0015:
27 DE JUNHO DE 2015 15 necessariamente, consequências coerentes e é por isso que lh
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 104 16 convergência de vontades para que se encontre
Pág.Página 16