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2 DE JULHO DE 2015

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Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Soeiro.

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Estamos a discutir este relatório

sobre Portugal e a União Europeia no momento, provavelmente, da mais dramática crise da União. E lemos no

relatório palavras como paz, justiça e direitos fundamentais, prioridade para o emprego, solidariedade

europeia. De que é que valem estas palavras, Srs. Deputados? De que é que valem?!

Os jornais alemães de hoje diziam que os governos dos países mais pequenos, com o Governo português

à cabeça, foram os mais intransigentes quanto às propostas da Grécia para superar esta crise.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Ai que grande superação!

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Não admira, já tínhamos visto a Ministra das Finanças portuguesa fazer-

se passear como uma mascote do Sr. Schäuble pela Alemanha. E o Presidente da República resumiu, para

nossa vergonha coletiva, esta crise, com um simples: «Se a Grécia sair, eram 19, passam a ser 18».

Protestos do CDS-PP.

O que é isto? Que dirigentes são estes? Que Europa é esta que trata um dos seus países como uma

espécie de excrescência dispensável numa União que enterrou a solidariedade?

Que Europa é esta que chama resgate a planos de devastação social e de destruição económica e que

chama apoio financeiro à Grécia — leia-se no relatório — a empréstimos cujo destino foi pagar os juros à

banca francesa e alemã, enquanto se condenava o povo à miséria e ao empobrecimento?

Que Europa é esta que se escandaliza com o referendo grego, ao mesmo tempo que «achantra» perante

os golpes de Estado financeiro das agências de rating e de instituições não eleitas? Que Europa é esta que

está a ressuscitar o colonialismo interno, feito de preconceitos e de estereótipos, sobre os virtuosos do Norte

contra os preguiçosos do Sul e que faz da austeridade o seu dogma, em que a única regra de democracia

parece ser fazer o que disser a Alemanha?

Que Europa é esta que nasceu com uma promessa, uma promessa de paz e de solidariedade e que se

deixou sequestrar por credores tacanhos e tirânicos e que está hoje refém da irresponsabilidade de uma elite

política que parece não ter sequer memória do que foi o século XX?

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Não se meta nisso!

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Olhe-se, Sr.as

e Srs. Deputados — olhemos! —, quando estamos a

discutir este relatório, para as ruas de Atenas e veja-se no que se transformou a Europa: a chantagem

financeira e o medo, sobretudo o medo, é o único argumento a favor desta Europa.

Esta Europa transformou-se numa prisão contra a democracia — e podem usar-se todas as palavras —,

mas se há esperança de resgate dos valores fundadores — fundadores! — da promessa europeia, da paz, da

solidariedade, essa esperança repousa hoje numa palavra: Oxi! Oxi é hoje a palavra que é a única esperança

contra uma Europa que tem medo que o medo acabe.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António

Rodrigues.

O Sr. António Rodrigues (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Compreendo que haja alguns

partidos que não se sintam confortados com o facto de serem europeus e compreendo que haja alguns

partidos que a única coisa que sabem é criticar a Europa e se esquecem que estamos hoje aqui não a falar da

Europa mas a falar da participação portuguesa na Europa. É esse o debate e é essa a questão que importa

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