O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

11 DE NOVEMBRO DE 2015

61

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro e Srs. Membros do Governo, Sr.as

e

Srs. Deputados: Finalmente, ouvimos o Dr. António Costa. Mas quero começar por lhe dizer que fugiu à maior

nobreza do debate democrático: o contraditório, a salutar confrontação democrática de posições. E este não

era um debate qualquer!

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — O Dr. António Costa preferiu as reuniões secretas com os seus novos

camaradas, preferiu cozinhar nas costas do povo e ao arrepio da vontade dos portugueses uma nova hipótese

de Governo.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Uma aldrabice!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Os resultados eleitorais, o debate plural e contraditório, isso, é coisa

pouca.

Este comportamento arrogante, esta prepotência democrática, esta soberba definiu-a, em tempos, António

José Seguro. E passo a citar: «Costa é uma desilusão para os que o acharam um D. Sebastião».

Mas o Dr. António Costa lá apareceu e está cá hoje. Diz o povo «mais vale tarde que nunca». Falou para

explicar o inexplicável, falou para defender o indefensável, falou para assumir um acordo mínimo e também a

irresponsabilidade máxima. Mas, em política, não se pode fugir ao escrutínio da autenticidade, da

democraticidade, da sustentação das escolhas e da coerência.

O Dr. António Costa perdeu as eleições, mas quer ser Primeiro-Ministro. Será coerente? Os portugueses

perguntam-se: será coerente esta vontade do Dr. António Costa?

Esqueçamo-nos, por momentos, das tradições e das convenções da nossa democracia. Vejamos o próprio,

o político, o aspirante a Primeiro-Ministro.

Em 26 de maio de 2014, disse: «Nas legislativas, o PS não pode ter uma vitória que sabe a pouco. Para

ganhar eleições em condições de governabilidade, ao PS não basta ganhar por um voto. O PS tem de crescer

muito.» — citei António Costa.

Ora, um ano e meio depois, o PS não teve uma vitória que soube a pouco; perdeu! Não ganhou por um

voto, perdeu por mais de 340 000 votos! Não cresceu muito; cresceu 1% neste período, quando, em igual

período, a coligação do PSD/CDS-PP cresceu 11,5%.

Onde está a coerência do Dr. António Costa?

«Palavra dada é palavra honrada!»

Risos e aplausos do PSD e do CDS-PP.

Em 9 de setembro de 2014, disse: «Eu não quero ser desagradável, mas há um equívoco na leitura que

fazes do resultado das europeias. Toda a gente percebeu que dificilmente o PS ganharia as legislativas. Se o

PS tivesse tido o resultado que eu desejava, não dava este passo» — disse António Costa para António José

Seguro.

Ó Dr. António Costa, eu também não quero ser desagradável, mas veja o ridículo do seu equívoco agora! A

gente não percebeu que o PS dificilmente ganharia. Toda a gente percebeu, o povo votou, e o PS perdeu

mesmo! Que passo dá o Dr. António Costa, agora?!…

Mas, vamos dar mais um salto, vamos até 29 de março de 2015, ao Teatro Rivoli, no Porto. Disse António

Costa: «Quando o PS apela a uma maioria «não o faz pela mesquinha vontade de ter mais Deputados do que

os outros; fá-lo porque quer que o Governo seja formado por decisão dos portugueses e não por jogos

políticos na Assembleia da República».

Vozes do PSD e do CDS-PP: — Oh!…

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — «Palavra dada, palavra honrada»!

Páginas Relacionadas
Página 0056:
I SÉRIE — NÚMERO 4 56 O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr.ª
Pág.Página 56
Página 0057:
11 DE NOVEMBRO DE 2015 57 Aplausos do PS. Palavra dada tem de
Pág.Página 57
Página 0058:
I SÉRIE — NÚMERO 4 58 Aplausos do PS, do BE, do PCP e de Os Ve
Pág.Página 58
Página 0059:
11 DE NOVEMBRO DE 2015 59 Nós não nos antecipámos nem impedimos aquilo que c
Pág.Página 59
Página 0060:
I SÉRIE — NÚMERO 4 60 de que o País carece e assegurando aos portugue
Pág.Página 60