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I SÉRIE — NÚMERO 6

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também houve muitas vítimas portuguesas. São tantos os portugueses que vivem em Paris que seria quase

um milagre não haver também vítimas portuguesas.

Mas também houve heróis, como o Sr. José e a sua mulher, Manuela, porteiros num prédio junto à sala de

espetáculos Bataclan, na rua Oberkampf, que ajudaram, até à exaustão, os feridos e que um jornal

homenageou, com o título: José, o anjo da guarda dos que escaparam do Bataclan. E é claro que esta

referência a estes portugueses é um orgulho para todos nós, é Portugal que está ali também a mostrar a sua

solidariedade.

Aplausos do PS.

A comunidade portuguesa em França sente tanto a dor como qualquer francês, como qualquer um de nós,

nem podia ser de outra maneira. A França é a segunda pátria dos portugueses. Em França — e,

particularmente, em Paris —, os dias vivem-se num misto de dor, de tristeza, de inquietação, de incredulidade.

O Sr. Presidente: — Já ultrapassou o seu tempo, Sr. Deputado.

O Sr. Paulo Pisco (PS): — Vive-se uma perplexidade imensa que as inúmeras manifestações de

solidariedade não chegam para exprimir. Não há minutos de silêncio nem dias de luto que apaguem da

memória a tragédia do passado dia 13. Este não é apenas um atentado contra as liberdades e a tolerância; é

um atentado contra a humanidade. E, por isso mesmo, é de muito mau gosto estar a misturar estes dois

planos de intervenção política.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Alberto Gonçalves.

O Sr. Carlos Alberto Gonçalves (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Pisco, na realidade, o Sr.

Deputado podia ter aplaudido, porque acho que a minha intervenção, em nome do meu grupo parlamentar,

fica bem a esta Câmara. Fica bem citar aqui o pesar às famílias do Manuel Dias e da Precília Correia. É que

para esta Casa houve pessoas que morreram em França, mas lá, em França, morreram portugueses que, no

dia a dia, contribuem e trabalham naquele país.

Assim sendo, teria sido bom que, para além do Bloco de Esquerda, que fez uma referência a esta matéria,

o Partido Socialista, na primeira intervenção, se tivesse lembrado da nossa comunidade, que, estando

presente, foi vítima, uma vez mais, dos atentados.

Mas também quero dizer-lhe que vim aqui fazer uma declaração política sobre o meu círculo eleitoral e,

infelizmente, tivemos o que tivemos. Agora, na vossa bancada, há direito de ir fazer uma declaração política

sobre Lisboa, sobre o Porto, sobre Braga, mas, quando se trata das comunidades, os senhores ficam

incomodados. Para as comunidades, os senhores não têm palavras, as comunidades para os senhores são

marginais, são periféricas e são esquecidas.

Protestos do PS, tendo alguns Deputados batido com as mãos nos tampos das bancadas.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, peço que não partam a mobília, por favor.

Risos.

O Sr. Carlos Alberto Gonçalves (PSD): — Aliás, também registei o seu silêncio quando referi outros

pontos, como a perplexidade das nossas comunidades face à situação do País, o seu silêncio relativamente

aos quatro anos em que aparentemente os emigrantes estavam zangados com Portugal. Pois estavam! E, por

isso, deram-nos o melhor resultado desde 1991, porque quem está lá fora pode comparar e pode verificar o

que foi feito aqui durante quatro anos.

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