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19 DE NOVEMBRO DE 2015

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O Sr. André Silva (PAN): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados, Sr.

Embaixador de França e todos os presentes na Sala: Nesta solene ocasião, transmitimos os nossos sentidos

sentimentos de solidariedade para com a França. A todos os seres humanos que sofrem e que perdem a vida

por atos violentos fundados na ignorância, no medo e na discriminação deixamos os nossos sentimentos e a

nossa compaixão.

Próprio do sistema em que vivemos e que se alimenta do medo e da divisão, vamos assistir, com certeza, a

curto prazo, a uma intensificação das políticas de segurança, assentes na guerra e na opressão. Mas, mais do

que respostas bélicas, precisamos de mudar as políticas económicas, sociais e ambientais. Nada justifica

tamanha violência, terror e brutalidade. No entanto, a nós, cidadãos dos países ricos e desenvolvidos, é-nos

dada a oportunidade de refletir sobre a forma como estamos a consumir e a gerar riqueza, sobre a nossa

participação enquanto País e enquanto sociedade na exploração de terceiros e nas suas implicações.

Os muitos e distintos neocolonialismos, com as ações de pressão a que obrigam no terreno, estão longe de

ser inócuos para o bem-estar dos seres humanos de muitos países mais débeis.

Enquanto cidadãos dos países ditos desenvolvidos, com as nossas escolhas diárias, políticas e eleitorais,

somos todos cúmplices das relações de ganho/perda que os nossos países estabelecem com outros países e

seres humanos em posições mais frágeis. Por desgraça, em alguns desses países existem elites dominantes

com reduzidos níveis de consciência que, com outros intuitos, tomam conta do vazio que nós ajudámos a criar,

promovendo e perpetuando linhas de pensamento irrascíveis e de sentimentos mais radicalizados e primitivos.

Mais do que uma resposta bélica da França, aquilo que os terroristas pretendem no final de contas, impõe-

se uma atitude diferente da Europa, no caminho das relações comerciais não depredadoras, da proteção das

pessoas todas, da educação e da consciencialização, do exemplo, lá longe, onde tudo se passa, onde outros

como nós começam a ficar sem terra, onde outros como nós são obrigados a fugir por causa das armas ou

das alterações climáticas que produzimos. Quando lá vamos buscar riqueza, não nos esqueçamos de deixar

algo em troca, senão mais tarde ou mais cedo tudo será cobrado ou fará ricochete — isso está a suceder.

Precisamos de parar. O outro também somos nós e todos queremos a paz.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Informo que o Governo comunicou que também se associa ao voto.

Srs. Deputados, vamos agora proceder à votação do voto n.º 3/XII (1.ª) — De condenação e pesar pelos

atentados terroristas em Paris (Presidente da AR, PSD, PS, BE, CDS-PP, PCP, Os Verdes e PAN).

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Srs. Deputados, vamos guardar 1 minuto de silêncio.

A Câmara, de pé, guardou 1 minuto de silêncio, seguido de aplausos gerais.

Sr.as

e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, passamos agora ao primeiro ponto da nossa ordem do

dia de hoje, que consta de declarações políticas.

Para o efeito, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Alberto Gonçalves, do PSD.

O Sr. Carlos Alberto Gonçalves (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Na passada sexta-feira

Paris, a cidade luz, a minha cidade e a cidade de muitos portugueses, referência de liberdade e de tolerância,

foi uma vez mais alvo de atentados terroristas que a transformaram num verdadeiro palco de guerra. Ataques

inaceitáveis, ataques inconcebíveis, ataques de uma violência extrema que tiveram apenas por objetivo matar

o maior número possível de inocentes e espalhar o terror.

Na altura dos atentados, estava em Paris, no momento em que aconteciam estava no cinema e não

esqueço a preocupação e o pânico estampado na cara das pessoas que iam tendo notícias do que estava a

acontecer. Todos nós tínhamos familiares, amigos ou conhecidos que podiam estar nos locais onde ocorreram

os ataques — momentos muito complicados.

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