20 DE NOVEMBRO DE 2015
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A este respeito, Sr. Presidente, deixe-me dizer-lhe que considero um paradoxo a não comparência numa
reunião que resultou de uma decisão que, julgo, foi consensual em Conferência de Líderes, e, acima de tudo,
quero prestar-lhe a minha solidariedade face ao desrespeito demonstrado para com
V. Ex.ª por parte destes grupos parlamentares.
Devo ainda dizer, Sr. Presidente, o seguinte: nunca pensei, em 2015, com 34 anos de idade, assistir
novamente à reedição da frente de unidade revolucionária. Que o Partido Comunista Português e o Bloco de
Esquerda, por questões ideológicas e que respeitamos, não queiram evocar o 25 de Novembro,
compreendemos. Mas que o Partido Socialista, partido pilar da implementação da democracia em Portugal,
partido pilar da consolidação da democracia em Portugal, partido central na história do 25 de Novembro, em
Portugal, esteja acorrentado ideologicamente pelo Partido Comunista Português e pelo Bloco de Esquerda,
essa situação, Sr. Presidente, se me permite, não só envergonha a democracia como envergonha os
fundadores do Partido Socialista.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sr. Presidente, queria dirigir-lhe, a si, uma palavra muito especial e pedir-lhe que tome diligências e que
faça cumprir a sua decisão para que, ainda hoje mesmo, por respeito pelo bom funcionamento das
instituições, pelo bom nome do Parlamento e pela dignidade da democracia, o grupo de trabalho para a
evocação do 25 de Novembro possa reunir.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para interpelar a Mesa, tem palavra o Sr. Deputado Carlos César.
O Sr. Carlos César (PS): — Sr. Presidente, também no sentido de interpelar a Mesa, quero salientar que,
a este propósito, não existem precedentes de comemoração desses acontecimentos nesta Assembleia.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
E escuso de dizer que o 25 de Novembro foi bem mais civilizado do que essas reações absurdas que VV.
Ex.as
estão a ter.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Peço aos Srs. Deputados para se ouvirem uns aos outros.
O Sr. Carlos César (PS): — Sr. Presidente, a minha interpelação é no sentido de transmitir a V. Ex.ª que o
Partido Socialista, neste Parlamento, não será cúmplice de exercícios lúdicos, gratuitos, inúteis e quase
infantis sobre acontecimentos de relevância nacional.
Aplausos do PS e do BE.
Todos sabemos a posição que cada um dos partidos tem sobre esses e outros acontecimentos. E a
excecionalidade que a essa matéria o PSD e o CDS pretendem conferir é tudo menos uma comemoração
digna e tudo mais uma extrapolação, que visa, única e exclusivamente, a jogatana política.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
É isso que o Partido Social Democrata e o CDS pretendem nesta Assembleia.