I SÉRIE — NÚMERO 7
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As intervenções do PSD e do CDS são reveladoras, e são reveladoras do ajuste de contas que PSD e CDS
queriam fazer com o referendo de 2007 e com a decisão soberana do povo português relativamente à
despenalização da interrupção voluntária da gravidez.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — À boleia da taxa moderadora, o que vem atrás é um aspeto revanchista,
retrógrado e profundamente reacionário relativamente à emancipação e à autonomia social das mulheres. E
isso é uma marca do PSD e do CDS.
Aplausos do PCP, do PS e do BE.
Ficará para sempre na história que PSD e CDS aproveitaram a última oportunidade que tinham, o último
dia de votações nesta Casa, Sr.ª Deputada Teresa Caeiro — e com tantos problemas no País! —, para atacar,
mais uma vez, os direitos das mulheres.
Protestos da Deputada do CDS-PP Teresa Caeiro.
Um Governo que, durante quatro anos, atirou para o desemprego, para a precariedade, para a pobreza e
para a emigração milhares de mulheres, aprovou, no último dia da anterior Legislatura, uma outra medida que
humilha as mulheres, uma medida de menorização das mulheres e da sua livre escolha quanto à saúde sexual
e reprodutiva.
Protestos da Deputada do CDS-PP Teresa Caeiro.
PSD e CDS quiseram impor um ajuste de contas com aquilo que foi uma conquista progressista das
mulheres e do País. O problema do aborto é uma matéria de saúde pública e, por isso mesmo, representou
uma conquista civilizacional para o nosso País.
Mas vem de longe esta vontade da direita de ajuste de contas com os direitos sexuais e reprodutivos das
mulheres. Lembramo-nos bem quando, em 2002, o então Ministro Paulo Portas era Ministro da Defesa e
mandou corvetas da Marinha proibir o barco da Women on Waves de aportar no nosso País.
Era a direita e o Ministro da Defesa, Paulo Portas, quem impedia que um barco aportasse aqui e
denunciasse o problema dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.
Aplausos do PCP, do PS e do BE.
Lembramo-nos também quando, num Governo da AD, setores do PSD e do CDS diziam, na altura, que,
com dinheiros da UNESCO, se estavam a esterilizar mulheres em aldeias portuguesas. Pois bem, Sr.
Deputado Ricardo Baptista Leite, este discurso da esterilização de mulheres com dinheiros da UNESCO foi em
1980, mas a sua intervenção hoje, naquela tribuna, em 2015, não lhe fica muito atrás, e deixa muito a desejar
em matéria de «reacionarice».
Aplausos do PCP, do PS e do BE.
Vozes do PSD: — Eh!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Da parte do PCP, sabemos que a luta pelos direitos sexuais e reprodutivos das
mulheres, a luta pela despenalização da interrupção voluntária da gravidez é parte integrante da luta maior das
mulheres portuguesas, da luta pela sua emancipação, pela sua autonomia económica, social e cultural.
O Sr. Presidente: — Já ultrapassou o seu tempo, Sr.ª Deputada.