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I SÉRIE — NÚMERO 9

26

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Manuel Frexes (PSD): — Os dias e os meses que se seguiram ao 25 de Abril de 1974 ficaram

marcados pelas forças diversas e pelas visões tantas vezes divergentes que cada um defendia para a

sociedade portuguesa.

De um lado, o projeto de uma sociedade de modelo soviético, totalitário e centralizador, protagonizado

pelas chamadas forças de esquerda, cujos ecos, anacronicamente, ainda chegam até hoje.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Disparate! Isso é um disparate!

O Sr. Manuel Frexes (PSD): — Do outro lado, uma mundividência assente na social-democracia, nas

liberdades individuais, na abertura ao mundo, de um lugar por inteiro numa Europa de onde, até então,

tínhamos estado arredados. Nesta fileira, contava-se o, então, Partido Popular Democrático, hoje Partido

Social Democrata, assim como o Partido Socialista e o CDS.

E nessa história da consolidação do Portugal livre e democrático, uma data sobressai, e essa data é o 25

de Novembro de 1975.

Esse dia marcou um ponto de viragem — e de viragem no bom sentido, direi eu — no que poderia ter vindo

a ser uma deriva revolucionária que afastaria Portugal dos valores da liberdade, da democracia e da Europa.

Nesse dia e nos que se seguiram, os portugueses disseram que caminho queriam seguir, e esse caminho

não era, definitivamente, o caminho do totalitarismo, do radicalismo, da supressão do indivíduo em nome de

um todo-poderoso Estado.

No dia 25 de Novembro resgataram-se os valores de Abril que alguns queriam fazer reféns dos seus

próprios valores e princípios.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Muito bem!

O Sr. Manuel Frexes (PSD): — Essa foi a escolha do povo português, que apoiou com inequívoca

determinação os protagonistas desse dia. Protagonistas corajosos que, sem nomear nenhum mas lembrando

todos, aqui assinalamos, aqui enaltecemos e aqui agradecemos.

Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Manuel Frexes (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: O 25 de Novembro de 1975

recorda-nos que nada pode ser dado como adquirido. É que, mesmo aqueles valores que julgamos basilares e

inegociáveis do nosso regime democrático e que deviam nortear, sem exceções e sem subterfúgios, uma

convivência democrática madura e plena, são ainda hoje postos à prova.

O Sr. Jorge Duarte Costa (BE): — Nos últimos quatro anos, viu-se bem!

O Sr. Manuel Frexes (PSD): — Derrubar, à nascença, um Governo legítimo saído da vontade expressa

dos eleitores e forçar a formação de um outro — ainda que de um governo de recurso e com prazo de validade

perigosamente indefinido —, sem ter ganho as eleições, é uma das mais graves subversões democráticas a

que os portugueses estão hoje a assistir, num misto de incredulidade, receio e perplexidade.

Lamentável é que, na campanha eleitoral, o Dr. António Costa não tenha exposto aos portugueses as suas

verdadeiras intenções.

Lamentável é que, nas 90 páginas do programa eleitoral do Partido Socialista, não se faça referência, uma

única vez — repito, uma única vez! —, a essa palavra mágica e aglutinadora de tanta ambição de poder.

Que palavra é essa — perguntam-se os Srs. Deputados?

Essa palavra, completamente ausente do programa do Partido Socialista, é — espantem-se! — a palavra

«esquerda», «coligação de esquerda».

É exatamente assim. Procurem a palavra «esquerda» no programa do Partido Socialista e não a vão

encontrar. Nem uma única vez!

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