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I SÉRIE — NÚMERO 20

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A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Finanças, a proposta que nos traz aqui é

inaceitável. Ela não garante os postos de trabalho e é inaceitável porque entrega demasiado dinheiro dos

contribuintes ao Santander. No fundo, é disto que se trata, de limpar um banco com o dinheiro dos

contribuintes para o entregar ao Santander.

A alternativa que melhor defende os interesses do País é a manutenção do Banco na esfera pública.

Estamos conscientes e certos de que essa seria a melhor alternativa, mesmo que essa alternativa implicasse

determinação perante as pressões de Bruxelas. O que não se compreende neste debate é a posição da

direita. O Governo do PSD e CDS entregou 1100 milhões de euros ao Banif quando já se sabia que o Banif

tinha problemas na sua viabilidade futura, facto que a direita escondeu do País. Pôs 1100 milhões de euros no

Banif e disse-lhe: «Vai à tua vida! Faz o que bem entenderes durante três anos!».

Durante três anos, a anterior Ministra das Finanças teve o dossier Banif fechado em cima da mesa do

Ministério. Durante três anos, o único plano da direita era reestruturar o Banco e vendê-lo, e durante três anos

falhou o único plano que tinha para o Banif. Oito planos de reestruturação falhados e nada foi feito.

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Não é verdade!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — O Banif entrou em incumprimento em dezembro de 2014, não conseguiu

devolver o dinheiro que o Estado lhe emprestou e nada foi feito. O último prazo da Comissão Europeia para

reestruturar o Banif, março de 2015, foi ultrapassado e nada foi feito.

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Não é verdade!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — O auditor do Banif comunica ao Banco de Portugal, que comunica ao

Governo, que há problemas na capitalização do Banif, em outubro de 2015, e nada foi feito.

Nada foi feito porque PSD e CDS sabiam que era preciso sorrir e fazer cara de «saída limpa». E toda a

gente sabe que ninguém pode sorrir e, ao mesmo tempo, anunciar problemas na banca. Por isso, nada foi

feito, para manter cara de «saída limpa»; nada foi feito porque o plano era exatamente esse, o plano era olhar

para o lado, assobiar e esperar que, a partir de janeiro, Bruxelas entrasse, mais uma vez, pelas portas do País

e viesse resolver o problema que o PSD e CDS não conseguiram resolver. E depois seria simples, ficaria para

Bruxelas os custos de ir aos depósitos do Banif.

Aplausos do BE.

Bruxelas seria a culpada de ficar com as remessas dos emigrantes. Bruxelas seria a culpada dos

despedimentos. Que solução tão simples que o PSD e CDS tinham para o Banif!

Enquanto isto, o Banco foi perdendo valor. E, agora, vem aqui a direita levantar a bandeira do Novo Banco,

como se os custos do Novo Banco não fossem recair nos contribuintes e o Novo Banco não estivesse a

precisar de capital!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Não!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Vem a direita apontar os problemas à supervisão, como se o

Governador do Banco de Portugal não tivesse sido reconduzido pelo Governo PSD/CDS-PP, depois de tudo o

que se passou no BES.

Aplausos do BE.

Agora, podem vir levantar o argumento da supervisão?! Só há problemas na supervisão porque os Srs.

Deputados perderam o Governo e agora não podem ter a solução alternativa.

Portanto, Sr. Ministro, penso que é necessário fazer esta avaliação e não há comissão de inquérito aceite

pela direita, nem intenção aceite pela direita, que apague as responsabilidades que tiveram neste processo.

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I SÉRIE — NÚMERO 20 36 Aplausos do PS. O Sr. Presidente
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